Faixa de Gaza: porta-voz da Turquia chamou de "massacre" a morte de dezenas de manifestantes palestinos na região (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)
EFE
Publicado em 14 de maio de 2018 às 20h37.
Ancara - A Turquia chamou nesta segunda-feira os embaixadores do país em Washington e Tel Aviv para consultas em protesto pela morte de 55 palestinos durante as manifestações contra a mudança da embaixada dos Estados Unidos em Israel para Jerusalém.
O porta-voz do governo da Turquia, Bekir Bozdag, afirmou que os dois diplomatas voltarão para Ancara em breve. Amanhã, o parlamento do país também fará uma sessão especial sobre Jerusalém.
Além disso, o porta-voz anunciou a convocação de uma reunião de emergência da Organização da Conferência Islâmica (OCI), que reúne cerca de 50 países muçulmanos. A Turquia preside a OCI neste ano.
"O Estado terrorista de Israel e os Estados Unidos, que protegem este Estado terrorista, e todos os que os apoiam serão obrigados a deixar Jerusalém", afirmou Bozdag ao fazer o anúncio.
A Turquia também pedirá uma sessão da Assembleia Geral da ONU para discutir a mudança da embaixada americana para Jerusalém.
"Mais uma vez, os EUA estão ficando sozinhos e perderam sua qualidade de mediador para buscar a paz na região", concluiu Bozdag.
Milhares de pessoas convocadas pela organização humanitária islamita IHH foram às ruas do centro de Istambul para protestar contra a mudança da embaixada americana para Jerusalém.
Alguns manifestantes queimaram bandeiras dos EUA e de Israel durante o protesto, gritando que Jerusalém pertence aos muçulmanos.
A IHH organizou em 2010 uma missão que buscava romper o bloqueio de Israel na Faixa de Gaza. A ação terminou com a morte de dez ativistas turcos, mortos pelas forças armadas israelenses.
Poucas horas antes, Bozgad tinha chamado de "massacre" a morte de dezenas de manifestantes palestinos em Gaza. O porta-voz afirmou que os EUA têm a mesma responsabilidade que Israel pela violência.