O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan: execução gerou protestos nos países de maioria xiita no Oriente Médio (Ints Kalnins/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2016 às 07h07.
A Turquia anunciou, nessa quinta-feira (7) que convocou o embaixador do Irã para esclarecer críticas feitas ao presidente Recep Tayyip Erdogan na imprensa iraniana, após a crise diplomática com a Arábia Saudita.
Erdogan recusou-se a condenar a execução, pela Arábia Saudita, este mês, do líder religioso xiita Nimr Al Nimr.
A execução gerou protestos nos países de maioria xiita no Oriente Médio. Manifestantes atacaram duas missões diplomáticas sauditas no Irã, o que levou Riade a cortar laços diplomáticos com Teerã.
“Condenamos energicamente que o nosso presidente seja diretamente atacado em determinados artigos nos meios [de comunicação] iranianos, controlados pelas autoridades, e exigimos que esses artigos parem imediatamente”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, em comunicado.
Na nota, o ministério acrescentou que os ataques à embaixada saudita em Teerã e ao consulado do país na segunda cidade do Irão, Mashhad, foram “inaceitáveis e deploráveis”.
A Turquia aboliu formalmente a pena de morte em 2004, como parte de seus esforços para integrar a União Europeia.
Na quarta-feira, Erdogan disse que a execução de Al Nimr era “um assunto de Justiça interno” da Arábia Saudita.
As relações entre Ancara e Riade têm melhorado nos últimos meses. O líder turco visitou a capital saudita no mês passado, como sinal de aproximação bilateral.