Sistema: o Pentágono expressou inquietação com a operação (Kacper Pempel/Reuters)
AFP
Publicado em 12 de setembro de 2017 às 09h35.
A Turquia, país membro da Otan, assinou um acordo com a Rússia para comprar o sistema de defesa antimísseis S-400, a maior aquisição de armamento russo por Ancara até hoje.
"Assinamos um acordo para a compra do S-400 da Rússia. Um depósito já foi feito", afirmou o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
O presidente turco disse que ele e seu colega russo, Vladimir Putin, estão "decididos a seguir adiante com a questão". A declaração foi feita aos jornalistas a bordo do avião que o transportava do Cazaquistão para a Turquia.
A compra de material militar, em particular de um sistema de defesa antimísseis, de um fornecedor que não pertence à Otan provocará perguntas entre os membros da Aliança Atlântica, como por exemplo sobre a compatibilidade do equipamento.
O Pentágono expressou inquietação com a operação e afirmou que "geralmente é uma boa ideia" que os aliados da Otan comprem material "interoperável".
Erdogan defendeu a soberania do país com a compra de material militar em função das necessidades de equipamento.
"Tomamos as decisões sobre nossa própria independência, somos obrigados a tomar medidas de segurança para defender nosso país", disse.
O governo russo confirmou o acordo. O conselheiro de Putin para a Cooperação Técnica e Militar, Vladimir Kozhin, disse que "o contrato foi assinado e tudo está sendo preparado para sua implementação".
Kozhin destacou que o S-400 é um dos sistemas de armamentos mais complexos.
"Posso garantir que todas as decisões tomadas sobre este contrato cumprem com nossos objetivos estratégicos", afirmou, segundo a agência russa TASS.
"Por este motivo entendemos perfeitamente as reações de vários países ocidentais que tentam pressionar a Turquia", completou.
As relações entre a Rússia e vários aliados da Otan são tensas desde a crise ucraniana e a anexação da Crimeia por Moscou.
As relações de Ancara, membro da Otan desde 1952, com Washington se deterioraram em consequência de uma série de interesses contrários, como o apoio dos Estados Unidos às milícias curdas da Síria, que a Turquia considera grupos terroristas.