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Turquia ameaça romper com Israel se EUA reconhecerem Jerusalém

O país também expressou que "tal medida solaparia todos os esforços de paz e provocaria novas tensões e conflitos"

Recep Tayyip Erdogan: Trump pode anunciar em breve sua decisão sobre a transferência da embaixada americana em Israel de Tel Aviv a Jerusalém (Kayhan Ozer/Presidential Palace/Handout/Reuters)

Recep Tayyip Erdogan: Trump pode anunciar em breve sua decisão sobre a transferência da embaixada americana em Israel de Tel Aviv a Jerusalém (Kayhan Ozer/Presidential Palace/Handout/Reuters)

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EFE

Publicado em 5 de dezembro de 2017 às 08h48.

Istambul - A Turquia advertiu nesta terça-feira que, se Jerusalém for reconhecida como capital israelense pelos Estados Unidos, convocará uma cúpula muçulmana, e ameaçou inclusive romper as relações diplomáticas com Israel.

"A Turquia convocará uma cúpula da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) em Istambul se os Estados Unidos reconhecerem Jerusalém como capital israelense", alertou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em discurso perante o parlamento em Ancara.

"Jerusalém é a linha vermelha para todos os muçulmanos. Poderíamos ir longe e chegar ao ponto de cortar as relações diplomáticas com Israel", acrescentou.

As declarações de Erdogan são divulgadas pouco depois de o porta-voz da presidência, Ibrahim Kalin, advertir que um eventual reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel seria um "erro fatal".

"Estamos extremamente preocupados com os informes de que os Estados Unidos estão se preparando para declarar Jerusalém capital de Israel", indicou Kalin em sua conta no Twitter.

"Isto seria um erro fatal e iria contra os acordos internacionais, as resoluções da ONU e os fatos históricos", completou o porta-voz.

Em outra mensagem, reforçou que "tal medida solaparia todos os esforços de paz e provocaria novas tensões e conflitos".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode anunciar em breve sua decisão sobre a transferência da embaixada americana em Israel de Tel Aviv a Jerusalém, um gesto que a maioria da comunidade internacional rejeita.

O porta-voz da Casa Branca, Hogan Gidley, garantiu ontem à imprensa em Washington que a decisão de Trump, após ter sido postergada, será anunciada "nos próximos dias".

Embora Israel considere Jerusalém sua capital, a soberania do país sobre a parte oriental da cidade (Jerusalém Leste) não é reconhecida por grande parte da comunidade internacional, que mantém seu aparelho diplomático em Tel Aviv e seus subúrbios.

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