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Turquia adverte Moscou sobre fim de suas "boas relações"

"Não podemos tolerar as violações. A Turquia não pode aceitá-los. Isto é algo que vai além dos princípios da Otan", declarou presidente


	Tayyip Erdogan, presidente turco: tanto a Otan, quanto o próprio governo turco informaram que aviões militares russos entraram por alguns minutos no espaço aéreo turco
 (Ints Kalnins/Reuters)

Tayyip Erdogan, presidente turco: tanto a Otan, quanto o próprio governo turco informaram que aviões militares russos entraram por alguns minutos no espaço aéreo turco (Ints Kalnins/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2015 às 11h33.

Ancara - As violações do espaço aéreo turco por aviões militares russos podem prejudicar as boas relações entre os dois países ou até mesmo rompê-las, advertiu nesta terça-feira o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.

"Nossas boas relações com a Rússia são óbvias, mas poderiam se perder. Se a Rússia perde à Turquia, perde muito. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) emitiu um duro ultimato. Não podemos tolerar as violações. Houve passos que não gostamos. A Turquia não pode aceitá-los. Isto é algo que vai além dos princípios da Otan", declarou ele durante uma entrevista coletiva em Bruxelas, segundo os meios de comunicação turcos.

Tanto a Otan, à qual a Turquia pertence, quanto o próprio governo turco informaram que nos dias 3 e 4 de outubro aviões militares russos entraram por alguns minutos no espaço aéreo turco.

Ancara convocou em duas ocasiões o embaixador russo para pedir explicações e a Otan descartou que essas irrupções se devessem a erros acidentais, como justificou Moscou em pelo menos um dos casos.

O governo turco advertiu que tomará todas as medidas para evitar novas violações de seu território.

Em outros dois incidentes, no domingo e ontem, aviões Mig 29 de fabricação russa, mas de nacionalidade não determinada, assediaram aviões turcos com seus radares de disparo.

Na entrevista coletiva, Erdogan também voltou a pedir o apoio da comunidade internacional para estabelecer uma zona de exclusão aérea no norte da Síria.

A Rússia começou na quarta-feira passada a bombardear várias regiões sírias, em ações supostamente contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), embora muitos opositores tenham denunciado que áreas residenciais e bases de brigadas rebeldes de Bashar al-Assad também foram atacadas.

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