Erdogan: "Entramos em um período de sistema presidencial 'de facto', no qual as políticas de Erdogan serão implementadas muito claramente" (Kayhan Ozer / Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2016 às 15h10.
Ancara - No momento em que o futuro primeiro-ministro da Turquia se prepara para indicar seu novo gabinete, existe pouca dúvida de que seu papel principal será aprovar o que já se tornou uma realidade: uma mudança para um sistema presidencial pleno com o presidente turco, Tayyip Erdogan, firmemente no comando.
No domingo, Erdogan confirmou Binali Yildirim, seu aliado próximo há duas décadas e co-fundador do governista Partido AK, como seu novo premiê, garantindo a lealdade do governo enquanto busca uma alteração constitucional para substituir a democracia parlamentar da Turquia por um regime presidencialista.
A indicação de Yildirim irá acabar com quaisquer vestígios de resistência aos planos de Erdogan no AK, disseram três autoridades de alto escalão do partido, prevendo que o novo gabinete, que deve ser anunciado na terça-feira, só irá conter membros fiéis.
"Entramos em um período de sistema presidencial 'de facto', no qual as políticas de Erdogan serão implementadas muito claramente", afirmou um dos correligionários, antevendo cinco ou seis mudanças ministeriais na equipe atual.
Erdogan e seus apoiadores veem o presidencialismo –uma versão turca do sistema usado nos Estados Unidos e na França– como uma garantia contra o tipo de política de coalizão fragmentária que prejudicou o desenvolvimento da Turquia nos anos 1990, quando era uma economia atrasada com pouca influência no cenário mundial.