Mundo

Tunisiano morre após atear fogo ao corpo

Incidente que pode provocar uma nova fúria contra o governo liderado por islâmicos, como ocorreu em 2010

Corpo do jovem tunisiano que ateou fogo ao próprio corpo é visto na rua principal da capital Túnis, na Tunísia (Reuters)

Corpo do jovem tunisiano que ateou fogo ao próprio corpo é visto na rua principal da capital Túnis, na Tunísia (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de março de 2013 às 11h08.

Túnis - Um homem desempregado que ateou fogo ao próprio corpo na capital da Tunísia morreu no hospital, nesta quarta-feira, num incidente que pode provocar uma nova fúria contra o governo liderado por islâmicos.

Adel Kedhri, de 27 anos, se autoimolou no centro de Túnis, na terça-feira.

"Este jovem rapaz já está morto", disse uma fonte médica no Hospital Mourouj à Reuters.

O ato relembrou a autoimolação de Mohamed Bouazizi, cuja morte em dezembro de 2010 levou a uma revolta na Tunísia que se espalhou pelo mundo árabe.

Os problemas econômicos e sociais que alimentaram a revolta na Tunísia ainda precisam ser solucionados, em um país que agora está profundamente polarizado entre islamistas e seus opositores, e que ainda aguarda uma nova Constituição.

A morte de Kedhri ocorreu enquanto o primeiro-ministro designado, Ali Larayedh, buscava um voto de confiança da Assembleia Constituinte Nacional para o seu novo governo islâmico.

O governo, liderado pelo partido moderado islâmico Ennahda, conseguiu o voto de confiança.

"Este incidente mostra o desespero", disse o líder parlamentar Mustapha Ben Jaafar, durante uma sessão da Assembleia.

Vários tunisianos atearam fogo ao próprio corpo nos últimos dois anos, em protestos que imitaram o de Bouazizi, um vendedor de rua que pegou fogo na cidade de Sidi Bouzid, depois de uma policial confiscar seu carrinho de frutas.

A taxa de desemprego da Tunísia está em aproximadamente 17 por cento, com pessoas recém-formadas sendo uma grande proporção do total de desempregados.

Acompanhe tudo sobre:Política no BrasilPrimavera árabeProtestosTunísia

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru