Filha do político opositor Mohamed Brahmi, em protesto em Ariana com a bandeira da Tunísia (Fethi Belaid/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2013 às 22h28.
Tunes - A polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo na noite desta quinta-feira para dispersar manifestantes em Túnis, que protestavam diante do ministério do Interior para exigir a renúncia do governo, após o assassinato do deputado opositor Mohamed Brahmi, constatou a AFP.
Os agentes investiram contra a multidão que bloqueava a avenida central Habib Bourguiba para realizar um protesto noturno diante do ministério, após a morte de Brahmi, coordenador-geral do Movimento Popular e membro da Assembleia Nacional Constituinte (ANC).
Sob os gritos de "abaixo o partido da Irmandade, abaixo os carrascos do povo", os manifestantes repudiaram a aliança entre o partido islâmico no poder, o Ennahda, e a Irmandade Muçulmana, no Egito.
Brahmi foi assassinado com vários tiros no bairro de Ariana, em meio às comemorações pelo 56º aniversário da República, e os opositores acusam o Ennahda pelo crime.
O chefe do governo tunisiano, Ali Larayedh, denunciou o assassinado do opositor ao mesmo tempo em que criticou as manifestações e alertou contra a desobediência civil.
Mohamed Brahmi, de 58 anos, foi eleito deputado em Sidi Buzid, berço da revolução que derrubou o regime de Ben Ali em 2011.
"A Tunísia é livre, Irmandade fora", gritavam os manifestantes em referência à ligação do Ennahda com a Irmandade Muçulmana egípcia.
"Ghannuchi assassino", "Ennahda deve cair", "Assembleia Constituinte deve ser dissolvida", gritaram.
Em Sidi Buzid, os manifestantes invadiram a prefeitura e incendiaram escritórios do edifício.
Na mesma região, em Menzel Buzaïane, manifestantes saquearam a sede do partido islâmico.
O assassinato de Mohamed Brahmi acontece seis meses após a morte de Chokri Belaïd, que foi atribuído a um grupo islâmico radical. Sua família também acusou o Ennahda, que negou qualquer envolvimento,