Manila, capital das Filipinas: cidade espera forte chuva e um aumento entre um e dois metros no nível do mar quando o tufão passar (REUTERS/Romeo Ranoco)
Da Redação
Publicado em 7 de dezembro de 2014 às 10h03.
Manila - A passagem do tufão Hagupit pelas Filipinas deixou até agora três pessoas mortas e 716 mil desalojadas ou desabrigadas, e os ventos constantes de 140 km/h, com rajadas de 170km/h, provocaram inundações e danos em infraestruturas.
Uma menina de um ano e um homem de 65 anos morreram por hipotermia, e uma mulher de 35 anos, grávida, morreu por complicações.
Hagupit, batizado como Ruby pelas autoridades locais, se desloca lentamente a 10 km/h para o noroeste, e só deve deixar o país pelo Mar da China Meridional terça ou quarta-feira, segundo a Agência Meteorológica das Filipinas (Pagasa).
Embora a força dos ventos que acompanham a tempestade tenha diminuído de 185 km/h para 140 km/h desde que tocou terra, ontem à noite na cidade de Dolores, a lentidão com que se movimenta se traduz em copiosas precipitações que causam extensas inundações.
As chuvas podem provocar deslizamentos de terra, o que preocupa especialmente as autoridades de Albay, no leste do país, berço do vulcão Mayon, que já está provocando grandes enchentes de barro e deixou várias localidades incomunicáveis.
A Pagasa declarou ontem à noite nível de alerta 1, de um máximo de 4, em Manila, onde também são esperadas fortes precipitações e um aumento entre um e dois metros no nível do mar quando o tufão passar.
As aulas foram suspensas na metrópole e em outras 30 províncias de todo o país.
O governo ainda não publicou um relatório oficial sobre os danos da tempestade, mas informou que a princípio os preparativos parecem ter dado resultado.
'Esta vez as autoridades locais se prepararam muito melhor do que antes do Haiyan ano passado e as pessoas saíram de casa voluntariamente, e isso, por enquanto, parece que deu bons resultados', disse à imprensa local o porta-voz da presidência, Edwin Lacierda.
Mesmo assim, o exército filipino informou hoje que os fortes ventos derrubaram vários árvores e postes da luz nas ilhas de Leyte e de Samar, na região central das Filipinas, deixaram estradas intransitáveis e presos 1.700 soldados que estavam na área antes da passagem do tufão.
Os seis aeroportos filipinos continuam fechados, e as companhias aéreas locais anunciaram hoje o cancelamento de 183 voos nacionais e internacionais.
O ministro da Energia, Jericho Petilla, confirmou a imprensa que várias regiões do centro do país ficaram sem energia elétrica, e a situação deve se repetir por onde a tempestade passar.
A ministra de Bem-estar Social e Desenvolvimento, Dinky Soliman, anunciou que amanhã iniciarão a distribuição de alimentos e ajuda humanitária na cidade de Borongan, umas das que primeiro recebeu o impacto direto de Hagupit.
As autoridades filipinas divulgaram hoje que até o momento 11 países se ofereceram para ajudar as regiões afetadas: Austrália, Japão, Estados Unidos, Indonésia, Tailândia, Reino Unido, China, Malásia, Cingapura, Canadá e Brunei.
Segundo previsões da ONU, mais de 10 milhões de filipinos sofrerão com os fortes ventos, chuvas, inundações ou aumentos do nível do mar causados por Hagupit, e quase um terço da população, 30 milhões de pessoas, será afetada de forma alguma pelo desastre natural.
Ano passado, Haiyan arrasou as Filipinas, deixando 6.300 mortos, mais de mil desaparecidos e 14 milhões de afetados.