Donald Trump: Popularidade do presidente norte-americano caiu 6 pontos percentuais, para 36% de aprovação (Carlos Barria/Reuters)
AFP
Publicado em 16 de julho de 2017 às 15h45.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retomou neste domingo (16) à ofensiva, após retornar de Paris, enquanto uma pesquisa mostrou uma forte queda de sua popularidade, reflexo da frustração da população ante a sua agenda legislativa paralisada e outros assuntos.
Em um tuíte na manhã de hoje, Trump recorreu a seu tom mais forte contra um de seus alvos prediletos, a imprensa, denunciando o uso de "fontes anônimas falsas" e uma cobertura "extremamente tendenciosa e, até mesmo, fraudulenta".
"As notícias falsas estão distorcendo a democracia em nosso país", afirmou.
Ao mesmo tempo, um dos advogados particulares de Trump, Jay Sekulow, participou de cinco programas de TV para argumentar que a reunião entre Donald Trump Jr. e uma advogada russa com a promessa de informações sobre Hillary Clinton não foi ilegal.
"O que ocorreu nessa reunião não violou nenhuma lei, estatuto ou código", afirmou Sekulow na rede NBC, reiterando que Trump não está em nenhuma investigação sobre a suposta ingerência de Moscou nas últimas eleições presidenciais americanas.
A ofensiva do Executivo coincide com a divulgação de uma pesquisa Washington Post-ABC News que mostra uma queda de seis pontos na popularidade de Trump, de 42% em abril para 36% agora, quando ele se aproxima de seus primeiros seis meses na Casa Branca.
Simultaneamente, o nível de desaprovação da gestão do milionário subiu cinco pontos, para 58%, segundo a pesquisa, que entrevistou 1.001 adultos entre 10 e 13 de julho.
Trump respondeu em um tuíte: "Embora 40% não seja ruim neste momento, a pesquisa ABC/Washington Post foi uma das mais imprecisas durante a campanha eleitoral!"
Trump não conseguiu impulsionar de forma bem-sucedida uma legislação de importância, e a reforma do sistema de saúde, promessa central de sua campanha, segue paralisada, em meio a divergências entre seus aliados republicanos no Congresso.
Quase metade dos entrevistados (48%) disseram que "desaprovam fortemente" o desempenho do presidente republicano, uma marca nunca alcançada pelos democratas Bill Clinton e Barack Obama, e à qual George W. Bush chegou apenas uma vez, em seu segundo mandato.
Quarenta e oito por cento dos entrevistados percebem um enfraquecimento da liderança global americana desde a chegada de Trump ao poder, enquanto 27% consideram que a mesma se fortaleceu.
Dois terços dos entrevistados disseram que não confiam ou confiam pouco na habilidade de Trump de negociar com líderes estrangeiros. Destes, 48% disseram que não confiam em Trump negociando com o presidente russo, Vladimir Putin.
As opiniões sobre o suposto conluio entre a campanha de Trump e Moscou durante as eleições presidenciais de 2016 se dividem de acordo com o partido, com os democratas muito mais dados a pensar que a Rússia tentou influenciar a eleição e que a campanha de Trump tentou ajudar neste esforço, comparado com os adversários republicanos.
A nova pesquisa também indica que a dificuldade para aprovar uma lei no Congresso pode estar pesando na popularidade do presidente. Duas vezes mais entrevistados preferem o sistema de saúde aprovado por Barack Obama (Obamacare) aos planos de Trump e seus aliados republicanos para substituí-lo.