EUA: 22 pessoas morreram no atentado no último final de semana em Ohio (Scott Olson/Getty Images)
Reuters
Publicado em 7 de agosto de 2019 às 16h54.
Dayton, Ohio — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se encontrou nesta quarta-feira em Ohio com vítimas e socorristas de um dos ataques a tiros fatais do último final de semana, que chocaram o país, enquanto críticos e manifestantes o acusam de inflamar as tensões com sua retórica de inclinação anti-imigrante e racista.
Trump visitou o Miami Valley Hospital de Dayton, em Ohio, onde vítimas estão sendo tratadas desde que nove pessoas e o suspeito foram mortos em um massacre na manhã de domingo.
Multidões de manifestantes montaram um balão de um "bebê Trump" diante do hospital, bradaram "Faça algo!" e ergueram cartazes dizendo "O ódio não é bem-vindo aqui" e "Acabe com este terror".
A porta-voz da Casa Branca, Stephanie Grisham, disse no Twitter que Trump esteve em quartos do hospital e se encontrou com pacientes, agradecendo a equipe médica por seu trabalho.
Mais tarde nesta quarta-feira, Trump visitará a cidade texana de El Paso, na fronteira com o México, onde 22 pessoas foram mortas em um supermercado Walmart no sábado por um homem de 21 anos que havia publicado um manifesto anti-imigrante na internet.
Os massacres consecutivos, que ocorreram com 13 horas de diferença, reacenderam o debate nacional sobre o perigo das armas e levaram os manifestantes de Dayton a apelar ao governador republicano de Ohio, Mike DeWine, em uma vigília pelas vítimas dos disparos, para que "Faça algo!"
Ao sair da Casa Branca, Trump disse que quer reforçar a verificação de antecedentes para compra de armas e impedir pessoas com doenças mentais de portar armas. Ele previu o apoio do Congresso para estas duas medidas, mas não para a proibição de rifles de assalto.
"Posso dizer a vocês que não existe apetite político para isso neste momento", disse Trump aos repórteres na Casa Branca. "Mas eu certamente tocarei no assunto... existe um grande apetite, quero dizer um apetite muito forte, pelas verificações de antecedentes".
Em Dayton, Trump foi recebido no aeroporto por um grupo bipartidário de autoridades estaduais e locais, incluindo a prefeita democrata de Dayton, Nan Whaley, que havia dito que daria as boas-vindas ao presidente, mas que planejava lhe dizer que ele "não foi útil" na questão da violência com armas.
Democratas dizem que Trump estimula a violência com sua retórica racialmente incendiária. O massacre de El Paso está sendo investigado como um crime de ódio, e o FBI disse que o atirador de Dayton mostrou interesse por ideologias violentas.