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Trump vai à Coreia do Sul após propor encontro com Kim na fronteira

Iniciativa do presidente americano foi uma surpresa após última reunião entre ele e líder norte-coreano, que acabou sem acordo sobre programa nuclear

Trump: presidente americano chegou à Coreia do Sul (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: presidente americano chegou à Coreia do Sul (Kevin Lamarque/Reuters)

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AFP

Publicado em 29 de junho de 2019 às 10h20.

Última atualização em 29 de junho de 2019 às 10h20.

O presidente americano, Donald Trump, desembarcou na Coreia do Sul neste sábado (29) depois de fazer um convite inesperado ao líder norte-coreano, Kim Jong Un, a reunir-se com ele na Zona Desmilitarizada (DMZ) que divide a península.

O Air Force One do presidente pousou na base aérea de Osan, ao sul da capital sul-coreana. Pouco antes de deixar o Japão, onde participou na reunião do G20 na cidade de Osaka, Trump fez a proposta inesperada no Twitter.

"Após várias reuniões muito importantes (...) deixarei o Japão rumo a Coreia do Sul (com o presidente Moon). Enquanto estiver lá, se o presidente Kim da Coreia do Norte olhar isto, eu o encontraria na Fronteira/DMZ apenas para apertar sua mão e dizer Olá", escreveu Trump.

A iniciativa foi uma surpresa após a última reunião entre Trump e Kim, que acabou sem um acordo sobre o programa nuclear norte-coreano. Pouco depois, o presidente americano explicou que agiu por instinto e que não houve nenhum preparativo. "Tive a ideia esta manhã", disse. "Eu ficaria muito confortável fazendo isso, não seria nenhum problema", respondeu, ao ser questionado sobre uma eventual entrada no lado do Norte, um local com forte carga simbólica.

Trump afirmou que Kim "segue" sua conta no Twitter e que receberam "rapidamente" uma resposta. Ao considerar a proposta "muito interessante", o regime norte-coreano afirmou que não recebeu nenhum convite oficial, mas deu a entender que o encontro pode acontecer.

Uma reunião na DMZ seria uma "nova oportunidade com a ideia de aprofundar as relações entre os dois dirigentes", declarou o vice-ministro das Relações Exteriores, Choe Son Hui, citado pela agência oficial KCNA. O governo sul-coreano afirmou que Trump aproveitou um breve encontro com o presidente Moon Jae-in no G20 para perguntar se havia lido seu tuite. "Vamos tentar fazer", declarou, entusiasmado.

Nas últimas três décadas, a visita à DMZ entre as duas Coreias se tornou um ato quase obrigatório para os presidentes americanos. Desde a visita de Ronald Reagan em 1983, apenas George H.W. Bush não conheceu o local.

Mas esta visita acontece em um clima distinto. Após anos de aumento da tensão, motivada pelos programas nuclear e balístico da Coreia do Norte, a península coreana vive um momento de degelo.

Em abril de 2018, Kim Jong Un e o presidente sul-coreano Moon Jae In se reuniram em Panmunjon, na Zona Desmilitarizada, para um aperto de mãos histórico na linha de demarcação que divide a península desde a guerra da Coreia (1950-1953).

A DMZ, situada ao norte de Seul, é uma faixa de terreno de quatro quilômetros de largura e 248 km de comprimento, é protegida com barreiras eletrificadas, campos de minas e muros antitanque. Em novembro de 2017, durante uma viagem a Seul, Trump tentou visitar a DMZ, mas as condições meteorológicas impediram o deslocamento.

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