Trump: o republicano declarou perdas de 916 milhões de dólares em 1995 (Carlos Barria / Reuters)
AFP
Publicado em 1 de novembro de 2016 às 14h46.
O candidato republicano à presidência americana, Donald Trump, usou métodos "legalmente duvidosos" para evadir impostos, mesmo tendo sido alertado por seus advogados de que as autoridades os considerariam inadequados, informou nesta terça-feira o jornal The New York Times.
Citando documentos aos quais teve acesso, o jornal apontou que Trump lutava por evitar a quebra nos anos 1990 e realizou manobras fiscais para não informar sobre centenas de milhões de dólares como receitas tributáveis.
A reportagem afirma que o Congresso proibiu depois uma das táticas usadas por Trump e que potencialmente lhe permitiram evitar o pagamento de dezenas de milhões de dólares em impostos.
A notícia do The New York Times é publicada uma semana antes das eleições presidenciais, em meio a uma campanha cercada de escândalos que afetaram Trump e sua rival democrata Hillary Clinton.
O jornal pediu a especialistas em impostos que revisassem os documentos, mas disse que é impossível determinar a quantia dos lucros e impostos evadidos já que p magnate se nega a publicar suas declarações de impostos.
Em várias ocasiões, Trump afirmou ter usado vários métodos para pagar menos impostos.
Especialistas fiscais informaram que Trump obteve lucros fiscais ao perder o dinheiro de outras pessoas, como investidores de seu império mal sucedido de cassinos em Atlantic City.
Grande parte da dívida obtida para a construção desses cassinos foi perdoada, mas teria sido considerada uma receita tributável sob as normas do serviço de rentas (IRS, em inglês).
Trump declarou perdas de 916 milhões de dólares em 1995, segundo documentos obtidos pelo jornal.
A porta-voz de Trump, Hope Hicks, sugeriu que p New York Times não entendeu ou interpretou mal a lei de impostos.
"O senhor Trump não acredita que ls contribuintes devem entregar declarações que resolvam todas as dúvidas a favor do IRS. E qualquer especialista em impostos consultado (pelo jornal) faz pura especulação. Não há notícias nisso", disse Hicks em comunicado citado pelo jornal.