Donald Trump: "Eu me senti como se Muhammad Ali tivesse me batido no estômago", ressaltou o veterano locutor (Mike Segar/Reuters)
EFE
Publicado em 9 de janeiro de 2017 às 18h09.
Washington - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu não contar em sua posse com a voz do locutor Charles Brotman, que trabalha na cerimônia desde 1957 e nesta segunda-feira se declarou desolado pela decisão do magnata.
Brotman, de 89 anos, apresentou todos os desfiles de posses presidenciais desde que Dwight D. Eisenhower tomou posse pela segunda vez em 1957.
No entanto, o multimilionário nova-iorquino, que assumirá o cargo como 45º presidente dos EUA no próximo dia 20 de janeiro no Capitólio de Washington, sede do Congresso, quebrou uma tradição que abrangeu 11 presidentes americanos.
"Olhei meus e-mails e então levei o choque da minha vida", declarou hoje Brotman à emissora "CNN", em alusão à mensagem que recebeu da equipe de transição de Trump para comunicar-lhe a má notícia.
"Eu me senti como se Muhammad Ali tivesse me batido no estômago", ressaltou o veterano locutor, visivelmente chateado pela decisão de Trump.
Em entrevista à emissora local "WJLA", Brotman se declarou "desconsolado" e "destruído".
"Estive fazendo isto durante 60 anos", acrescentou.
Em seu lugar, Trump escolheu Steve Ray, um locutor de 58 anos que trabalhou para a equipe de beisebol Washington National e várias emissoras de rádio da capital americana.
Por sua parte, Ray elogiou Brotman, a quem classificou como uma instituição que é "como se se tratasse de um edifício, faz parte da paisagem de Washington", e destacou que não pretende "ocupar seu lugar".
A equipe de transição anunciou que Brotman será honrado como "locutor emérito" no dia 20 de janeiro, um prêmio de consolação que talvez lhe ajude a aguentar sua enorme decepção.