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Trump reforça táticas contra imigrantes ilegais

Presidente anunciou que a partir do último domingo, 14, país iria deportar 2.000 imigrantes que vivem em dez grandes cidades americanas

Trump: presidente norte-americano discute um acordo imigratório que prevê que a Guatemala se torne um “terceiro país seguro” para solicitantes de asilo (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: presidente norte-americano discute um acordo imigratório que prevê que a Guatemala se torne um “terceiro país seguro” para solicitantes de asilo (Kevin Lamarque/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2019 às 05h53.

Última atualização em 15 de julho de 2019 às 06h18.

Donald Trump aposta todas suas fichas na política imigratória dos Estados Unidos. Em parte, os planos do presidente para esta segunda-feira, 15, foram frustrados com o cancelamento da visita do presidente guatemalteco, Jimmy Morales, que possivelmente assinaria um acordo entre os dois países sobre o tema. Restaram para o norte-americano as deportações em massa previstas para acontecer ao longo da semana.

Morales havia aceitado um convite de Trump para visitar à Casa Branca nesta segunda. Ele e o norte-americano discutem um acordo imigratório que prevê que a Guatemala se torne um “terceiro país seguro” para solicitantes de asilo ou refúgio. Assim, os imigrantes de outras nações que cruzam a Guatemala para chegar aos Estados Unidos teriam que pedir asilo lá, em vez de esperar cruzar a fronteira norte-americana. Segundo a revista The New Yorker, o pacto permitiria também que os EUA enviassem à Guatemala solicitantes de asilo.

Há um mês, Trump anunciou que as negociações com Morales estavam avançadas, o que surpreendeu muitos defensores dos direitos dos imigrantes nos Estados Unidos, já que muitos dos imigrantes no país são guatemaltecos. Com a medida, o presidente espera aliviar o fluxo imigratório, cumprindo uma de suas promessas de campanha.

O encontro foi cancelado pelos guatemaltecos, já que o Tribunal Constitucional do país ainda não julgou os recursos legais que tentam impedir Morales de aceitar o que foi proposto por Trump. “Devido à especulação e processos judiciais admitidos para processamento para o Tribunal Constitucional, uma decisão foi tomada para reescalonar a reunião bilateral até que saibamos o que foi resolvido pelo dito tribunal”, disse um comunicado. A Casa Branca, por sua vez, emitiu uma nota indicando que a reunião seria remarcada, mas não especificou uma data.

Mesmo sem garantir a vitória com a Guatemala, Trump tem outro grande projeto relacionado ao tema acontecendo essa semana: a deportação em massa de imigrantes ilegais. No começo da semana passada, o presidente anunciou que Agência de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) deportaria cerca de 2.000 pessoas que vivem nas cidades de Atlanta, Baltimore, Chicago, Denver, Houston, Los Angeles, Miami, Nova York, São Francisco e Nova Orleans.

Na sexta-feira, 12, Trump confirmou a operação e indicou que as primeiras prisões aconteceriam no domingo, 14. “Eles vieram ilegalmente. Nós vamos devolvê-los legalmente. É muito simples”, disse a jornalistas na Casa Branca.

O domingo foi um dia de tensão para os mais de 10,5 milhões de imigrantes ilegais no país, a maioria vinda de El Salvador, Guatemala e Honduras. Apesar da confirmação do Serviço de Imigração e Cidadania de que as batidas foram iniciadas, ativistas afirmaram que a situação foi normal na maior parte das grandes cidades. A comunidade de imigrantes se organizou instruindo os ilegais a não abrir a porta de casa para a polícia imigratória, que não possui autorização para invadir imóveis.

Com as medidas recentes, Trump quer assustar os possíveis imigrantes da América Central que cogitam ir para os Estados Unidos. Em junho, o número de imigrantes ilegais presos na fronteira com o México foi de 94.897, 28% menor do que em maio, o que indica que a tática do presidente pode estar funcionando. E ele não parece disposto a desistir agora.

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