Donald Trump, presidente dos EUA (Mandel Ngan/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 29 de abril de 2025 às 17h36.
Última atualização em 29 de abril de 2025 às 17h56.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou novas mudanças nas tarifas de importação nesta terça-feira, 29, que vão beneficiar a indústria de automóveis, além de exportadores de aço e alumínio.
As tarifas sobre autopeças foram reduzidas de 25% para 15% por um ano. Elas poderão receber uma redução para 10% por um ano adicional, mediante algumas regras, como produzir mais nos EUA. A medida foi oficializada por uma ordem executiva.
A tarifa sobre carros importados, de 25%, segue em vigor, mas teve seu efeito amenizado. Trump assinou outra ordem, para retirar a cumulatividade de tarifas. Assim, os carros e autopeças, por exemplo, não terão de pagar taxas adicionais aplicadas a produtos do Canadá e México e às importações de aço e alumínio.
Ao mesmo tempo, produtos já taxados por terem vindo do Canadá ou México não terão de pagar as tarifas adicionais sobre alumínio e aço.
A medida entra em vigor em 16 de maio, mas terá efeito retroativo. Assim, todos os produtos que pagaram taxas sobrepostas, nas condições acima, poderão ser reembolsados.
Desde o começo do governo, Trump anunciou novas tarifas em diversas ocasiões. Em várias delas, recuou e adiou ou suspendeu medidas.
Em 2 de abril, por exemplo, ele anunciou seu maior pacote, que afetava quase todos os países do mundo. As medidas entrariam em vigor no dia 9, mas as taxas acima de 10% foram adiadas até julho, após fortes quedas no mercado de ações e no mercado de títulos da dívida americana. Apenas a China, que retaliou os EUA, teve as tarifas mantidas e será taxada em 145%.
Apesar das críticas globais, Trump segue defendendo as tarifas, por as considerar uma forma de compensar injustiças que, na visão dele, foram cometidas contra os Estados Unidos por outros países. Ele considera que as tarifas vão gerar mais empregos para os americanos e ainda ajudar o país a arrecadar mais impostos.
Ao mesmo tempo, as taxas são usadas como forma de negociação, para forçar outros governos a fazerem concessões, como baixar tarifas para produtos americanos e rever barreiras comerciais, como cotas de importação. O Brasil, por exemplo, negocia com o governo Trump para tentar se livrar da cobrança geral de 10% sobre seus produtos.