Agência de notícias
Publicado em 17 de fevereiro de 2025 às 12h23.
Última atualização em 17 de fevereiro de 2025 às 12h32.
O governo de Donald Trump solicitou à Suprema Corte dos Estados Unidos a demissão do chefe de uma agência americana que protege funcionários federais e delatores de irregularidades, segundo uma petição vista pela AFP.
É a primeira vez que Trump recorre à mais alta corte americana, dominada por conservadores, em defesa de suas medidas iniciais no mandato. Várias de suas decisões de cortar gastos públicos e desmantelar agências federais enfrentam desafios legais e algumas foram bloqueadas pelos tribunais.
A Casa Branca demitiu Hampton Dellinger, principal advogado do Escritório do Conselho Especial, no dia 7 de fevereiro. Dellinger processou o presidente e um tribunal distrital ordenou que o cargo fosse restabelecido. No sábado, o Tribunal de Apelações dos Estados Unidos rejeitou o pedido do governo Trump para anular a decisão.
O recurso apresentado pelo governo no domingo à Suprema Corte chamou a decisão de "ataque sem precedentes à separação de poderes". Em outro trecho, a peça acrescenta que "até agora, até onde sabemos, nenhum tribunal na história americana emitiu uma ordem para obrigar o presidente a manter um chefe de agência no qual acredita que o Poder Executivo não deve confiar e para impedir o presidente de depositar sua confiança em um substituto de sua escolha".
A manifestação do governo ainda alegou que a intervenção do tribunal de Nova York "exemplifica uma tendência mais ampla, que dura semanas", adicionando ainda que a Suprema Corte "não deve permitir que o Judiciário governe por meio de ordens de restrição temporárias e substitua a responsabilidade política exigida pela Constituição".
Trump, que iniciou seu segundo mandato no mês passado, lançou uma campanha liderada por seu principal doador, o bilionário Elon Musk, para reduzir ou desativar setores do governo americano. Mas tem enfrentado uma resistência crescente dos tribunais, com várias ordens emitidas contra a administração com base em 40 ações judiciais.
As medidas do presidente incluem uma tentativa de congelar 3 trilhões de dólares (17,18 trilhões de reais) em subsídios e empréstimos federais, um programa de demissão voluntária para funcionários do governo e um plano para transferir presos transgêneros para prisões masculinas.
Ele também entrou em conflito com juízes sobre seu plano de abolir a cidadania por direito de nascimento, enviar migrantes venezuelanos para Guantánamo, cortar fundos para os Institutos Nacionais de Saúde e demitir funcionários da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid).