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Trump recebe Xi Jinping em esperado encontro na Flórida

Até agora, Jinping tem sido cauteloso em suas reações às provocações de Trump, que já criticava duramente a China antes de sua chegada à Casa Branca

Donald Trump e Xi Jinping: Trump classificou a China como principal rival dos Estados Unidos, principalmente em matéria de comércio internacional (Carlos Barria/Reuters)

Donald Trump e Xi Jinping: Trump classificou a China como principal rival dos Estados Unidos, principalmente em matéria de comércio internacional (Carlos Barria/Reuters)

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AFP

Publicado em 6 de abril de 2017 às 21h02.

Donald Trump se reúne nesta quinta-feira (6) com o presidente chinês, Xi Jinping, em Mar-a-Lago, a luxuosa residência do presidente americano na Flórida.

Até agora, Jinping tem sido cauteloso em suas reações às provocações de Trump, que já criticava duramente a China antes de sua chegada à Casa Branca.

O presidente chinês foi recepcionado à tarde no aeroporto de Palm Beach pelo secretário de Estado americano, Rex Tillerson, e por uma guarda militar de honra.

Trump chegou pouco depois à sua "Casa Branca de inverno", como ele mesmo apelidou seu resort na Flórida, onde terá com Xi uma série de reuniões.

A agenda da cúpula de 24 horas é deliberadamente aberta, com a ideia de deixar ambos com certa liberdade de movimentos.

Matt Pottinger, o especialista da Casa Branca em assuntos asiáticos encarregado de planejar a cúpula, garantiu que será uma "interação relaxada", apesar do pano de fundo de tensões sobre o comércio e sobre a Coreia do Norte.

"As mulheres estarão lá", disse Pottinger, referindo-se à presença das primeiras-damas Melania Trump e Peng Liyuan no jantar nesta quinta-feira.

A cúpula continua com um almoço de trabalho na sexta.

Atendendo a preocupações de segurança e de percepção da opinião pública, Xi e sua esposa não se hospedam em Mar-a-Lago, mas em um resort próximo, que se encontra vigiado por franco-atiradores, unidades táticas e agentes da Guarda Costeira.

Trump classificou a China como principal rival dos Estados Unidos, principalmente em matéria de comércio internacional, e acusou Pequim de fraqueza em sua resposta à ameaça nuclear representada pela Coreia do Norte. Também acusou os chineses de "manipularem" sua moeda.

"Ameaça urgente"

Embora ambos os países devam continuar sua "tradição" diplomática de manter "compromissos fortes", há várias pedras angulares no caminho para analisar, destacou na quarta-feira Susan Thornton, responsável por Ásia no Departamento de Estado americano.

O primeiro tema espinhoso é a Coreia do Norte, que voltou a desafiar os Estados Unidos e a comunidade internacional ontem, lançando seu quinto míssil desde o início do ano.

Horas antes de receber Xi, Trump garantiu, em conversa por telefone com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que os Estados Unidos "continuarão reforçando sua capacidade militar" frente à "séria ameaça que a Coreia do Norte continua representando".

Há várias semanas, Washington pede a Pequim que pressione seu aliado Pyongyang, a quem oferece um suporte diplomático nas Nações Unidas.

Em entrevista publicada no domingo (2) pelo "Financial Times", Trump sinalizou com a possibilidade de uma intervenção militar unilateral, apontando que está preparado para "solucionar" sozinho o problema norte-coreano, se a China continuar hesitante.

Ontem, Shinzo Abe lhe disse que "todas as opções estão sobre a mesa".

Pyongyang está tentando desenvolver mísseis balísticos intercontinentais que poderiam alcançar território norte-americano.

"É um problema que se tornou urgente. É uma ameaça urgente e mundial. Portanto, é um tema que discutiremos", afirmou Thornton, que estará hoje em Mar-a-Lago.

"Acredito que buscaremos a ajuda da China para aumentar a pressão" sobre a Coreia do Norte, acrescentou.

Mais reuniões no futuro

Outro tema candente que deve estar na agenda das conversas é o comércio.

Trump quer abordar o déficit dos Estados Unidos com a China, que subiu para US$ 350 bilhões em 2016.

A Casa Branca prometeu falar de forma franca sobre o tema, para "reduzir as barreiras ao investimento e aos intercâmbios criadas pelos chineses", segundo uma fonte do governo americano.

A China impõe uma tarifa de 25% às importações de veículos, limita as importações de muitos produtos agrícolas e fecha o importante setor de serviços aos investimentos estrangeiros.

Nesse contexto, é difícil prever o rumo que as conversas tomarão.

Recentemente, Trump recebeu o premiê Shinzo Abe em Mar-a-Lago. O encontro também foi marcado por um lançamento de míssil balístico norte-coreano, o que transformou o jantar em uma reunião de crise.

"É a primeira vez que os presidentes [EUA e China] vão se reunir" para tentar aproximar seus pontos de vista, reiterou Thornton.

"Mas não será a última" vez, antecipou.

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