Angela Merkel: um alto funcionário da Casa Branca antecipou um "encontro cordial e muito positivo" (Fabrizio Bensch/File Photo/Reuters)
AFP
Publicado em 17 de março de 2017 às 09h26.
Última atualização em 17 de março de 2017 às 09h30.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebe nesta sexta-feira a chanceler alemã, Angela Merkel, com o objetivo de ressaltar a força da relação entre os dois países e reduzir as divergências.
A Europa acompanhará a reunião com atenção, assim como a entrevista coletiva posterior, para ver até onde - e com que tom - Merkel se distanciará do novo inquilino da Casa Branca.
"Eu a respeito, gosto dela, mas não a conheço", disse Trump sobre a alemã em meados de janeiro.
Agora chegou o momento do primeiro encontro entre dois líderes com trajetórias, estilos e políticas radicalmente diferentes.
Com a aproximação da data, o governo americano destacou a fortaleza da relação com a Alemanha e a intenção de Trump de aproveitar a experiência da chanceler, em particular a respeito da questão ucraniana e na forma de abordar o presidente russo Vladimir Putin.
Um alto funcionário da Casa Branca antecipou um "encontro cordial e muito positivo". A chanceler viaja com "a mente aberta", disse uma fonte do governo alemão. "Sempre é melhor conversar juntos do que falar um do outro".
Mas as declarações polêmicas, e às vezes contraditórias, do bilionário Trump nas poucas semanas em que está na presidência aumentam o interesse particular por seu primeiro encontro com Merkel.
Trump atacou a Europa - ao falar do "maravilhoso" Brexit ou com a previsão de que outros países abandonarão a UE. Não poupou críticas à Alemanha, com críticas ao papel dominante do país e o que chamou de "catastrófica" política de recepção aos refugiados.
"A Alemanha olha hoje para os Estados Unidos com um misto de perplexidade e preocupação", resume Jeffrey Rathke, do Center for Strategic and International Studies (CSIS).
O analista cita, em particular, os temores ligados "às afinidades do presidente e de alguns membros de seu círculo mais próximo com os movimentos nacionalistas e populistas na Europa".
Para Merkel, que busca um quarto mandato e, portanto, também falará a seus compatriotas, a visita é como um exercício de malabarismo: deve confirmar o vigor dos vínculos transatlânticos, econômicos e militares, mas ao mesmo tempo mater uma certa distância da administração Trump.
A chanceler alemã provavelmente vai tentar evitar uma foto como a da primeira-ministra britânica Theresa May, de mãos dadas com o presidente Donald Trump entre as colunas da Casa Branca, uma imagem que viralizou em todo o mundo.