O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 3, que buscar algum tipo de acordo com a Ucrânia para condicionar o envio de ajuda, especialmente militar, a garantias para o fornecimento de “terras raras e outras coisas”, sugerindo que quer encontrar uma forma para cobrar pelos bilionários pacotes de apoio a Kiev na guerra contra a Rússia.
“Quero ter segurança para obter terras raras. Estamos investindo centenas de bilhões de dólares. Eles têm ótimas terras raras. E eu quero segurança para obter terras raras, e eles estão dispostos a fazer isso”, disse Trump a jornalistas na Casa Branca. “Estamos procurando fazer um acordo com a Ucrânia, onde eles vão garantir o que estamos dando a eles com suas terras raras e outras coisas.”
O interesse americano nas terras raras ucranianas
Citadas pelo presidente americano, as terras raras são um grupo de elementos considerados cruciais em indústrias como a aeroespacial e, no que parece interessar Trump, de alta tecnologia. A Ucrânia tem reservas consideráveis e era uma das principais exportadoras europeias antes da guerra.
Além delas, o país tem, segundo estimativas, 500 mil toneladas não exploradas de lítio, um mineral usado em baterias de carros elétricos, telefones e computadores. Hoje, dos quatro principais depósitos já identificados em solo ucraniano, dois estão em áreas controladas pela Rússia. Segundo especialistas, o controle de parte das reservas minerais ucranianas pode ter sido uma das motivações para a guerra de Putin.
Ajuda bilionária e insatisfação de Trump
Trump não deu detalhes sobre como seria o suposto acordo, mas externou, nas rápidas declarações, sua insatisfação com o envio da ajuda militar a Kiev, iniciado pouco depois da invasão russa, há quase três anos. De acordo com o Conselho de Relações Internacionais, dos US$ 175 bilhões (R$ 1,01 trilhão) de ajuda autorizados pelo Congresso americano até setembro do ano passado, US$ 106 bilhões (R$ 615 bilhões) beneficiaram diretamente o Estado ucraniano, incluindo na forma de ajuda financeira e, especialmente, militar. O restante do dinheiro financiou atividades dos próprios EUA, ligadas à guerra, e apoiaram outros países da região.
Ser o responsável por um acordo para encerrar o maior conflito em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial é, ao lado de sua própria ofensiva tarifária e da batalha anti-imigração, uma prioridade para Trump, que na campanha disse que conseguiria um acordo de paz “em 24 horas”. Depois de empossado, disse que o prazo agora era de "100 dias".
O futuro das negociações entre EUA, Ucrânia e Rússia
Nesta segunda-feira, ele disse que “está lidando com a Ucrânia e a Rússia” e que “tem reuniões e negociações planejadas com várias partes”, mas as conversas ainda estariam longe de tratar de temas específicos, como os termos iniciais para um cessar-fogo.
Na véspera, seu enviado especial para a Ucrânia, Keith Kellogg, disse em entrevista à Fox News que “os dois lados precisam ceder um pouco”. Hoje, a Ucrânia rejeita qualquer tipo de concessão territorial à Rússia e exige um caminho claro e aberto para sua entrada na Otan, a principal aliança militar do Ocidente, liderada pelos EUA. Já os russos querem garantias de que os ucranianos não se juntarão à organização, além de manter as áreas ocupadas, que correspondem a cerca de 20% do território ucraniano.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, também rejeita dialogar diretamente com seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, chamado por ele de “ilegítimo”. O mandato presidencial de Zelensky terminou oficialmente em maio do ano passado, mas como a lei marcial em vigor veta a realização de novas eleições, ele permanecerá no cargo até a revogação da medida, sem qualquer ilegalidade segundo a lei da Ucrânia.
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O presidente dos EUA, Joe Biden, e a primeira-dama Jill Biden posam ao lado do presidente eleito Donald Trump e Melania Trump ao chegarem à Casa Branca em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025, antes de partirem para o Capitólio dos EUA, onde Trump será empossado como o 47º presidente dos EUA. (Foto de ROBERTO SCHMIDT / AFP)
(O presidente dos EUA, Joe Biden, e a primeira-dama Jill Biden posam ao lado do presidente eleito Donald Trump e Melania Trump ao chegarem à Casa Branca em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025, antes de partirem para o Capitólio dos EUA, onde Trump será empossado como o 47º presidente dos EUA. (Foto de ROBERTO SCHMIDT / AFP))
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Donald Trump chegando à Casa Branca recebido por Joe Biden
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Donald Trump e Melania Trump em cerimônia religiosa de posse
(Donald Trump e Melania Trump em cerimônia religiosa de posse)
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Donald Trump e Melania Trump cerimônia religiosa de posse
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O presidente Joe Biden e sua vice Kamala Harris se preparam para cumprimentar o presidente eleito Donald Trump na Casa Branca em Washington
(O presidente Joe Biden e sua vice Kamala Harris se preparam para cumprimentar o presidente eleito Donald Trump na Casa Branca em Washington)
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Donald Trump ao lado de sua esposa no seu juramento
(Donald Trump ao lado de sua esposa no seu juramento)
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JD Vance é empossado como vice-presidente pelo juiz da Suprema Corte Brett Kavanaugh enquanto Usha Vance segura a Bíblia durante a 60ª posse presidencial na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025. (Foto de Morry Gash / POOL / AFP)
(JD Vance é empossado como vice-presidente pelo juiz da Suprema Corte Brett Kavanaugh enquanto Usha Vance segura a Bíblia durante a 60ª posse presidencial na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025)
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WASHINGTON, DC - 20 DE JANEIRO: (E-D) Priscilla Chan, Meta e CEO do Facebook Mark Zuckerberg, e Lauren Sánchez comparecem à posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, na Rotunda do Capitólio dos EUA em 20 de janeiro de 2025 em Washington, DC. Donald Trump toma posse para seu segundo mandato como o 47º presidente dos Estados Unidos. (Foto de Chip Somodevilla/Getty Images)
(Priscilla Chan, Meta e CEO do Facebook Mark Zuckerberg, e Lauren Sánchez comparecem à posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, na Rotunda do Capitólio dos EUA em 20 de janeiro de 2025 em Washington, DC)
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(E-D) O CEO do Google, Sundar Pichai, fala com o CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, quando eles chegam para a cerimônia de posse antes de Donald Trump tomar posse como 47º presidente dos EUA na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025
(O CEO do Google, Sundar Pichai, fala com o CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, quando eles chegam para a cerimônia de posse antes de Donald Trump tomar posse como 47º presidente dos EUA na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025)
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Convidados, incluindo Mark Zuckerberg, Jeff Bezos, Sundar Pichai e Elon Musk, chegam antes da 60ª posse presidencial na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
(Convidados, incluindo Mark Zuckerberg, Jeff Bezos, Sundar Pichai e Elon Musk, chegam antes da 60ª posse presidencial na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, segunda-feira, 20 de janeiro de 2025)
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Donald Trump em seu discurso de posse
(Donald Trump em seu discurso de posse)
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Joe Biden aperta a mão de Donald Trump em sua posse
(Joe Biden aperta a mão de Donald Trump em sua posse)
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Congresso dos EUA, decorado para a cerimônia de posse
(Congresso dos EUA, decorado para a cerimônia de posse)
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Congresso dos EUA, em Washington, que terá frio severo no dia da posse
(Congresso dos EUA, em Washington, que terá frio severo no dia da posse)
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O ex-presidente George W. Bush, a ex-primeira-dama Laura Bush e o ex-presidente Barack Obama chegam para a cerimônia de posse de Donald Trump
(O ex-presidente George W. Bush, a ex-primeira-dama Laura Bush e o ex-presidente Barack Obama chegam para a cerimônia de posse de Donald Trump)
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George W. Bush chega para a cerimônia de posse de Donald Trump
(George W. Bush chega para a cerimônia de posse de Donald Trump)
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Donald Trump e Joe Biden no juramento de posse do presidente eleito
(Donald Trump e Joe Biden no juramento de posse do presidente eleito)