EUA: o Tratado sobre Comércio de Armas não chegou a ser aprovado pelos parlamentares (Scott Olson/Getty Images)
Reuters
Publicado em 26 de abril de 2019 às 15h49.
Última atualização em 26 de abril de 2019 às 16h58.
Indianápolis — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira na reunião anual da Associação Nacional do Rifle (NRA) que seu país se desfiliará de um tratado internacional de armas assinado em 2013 por seu antecessor, Barack Obama, mas rejeitado pela NRA e outros grupos conservadores.
Trump disse aos membros do lobby de armas que pretende revogar o status dos EUA de signatário do Tratado sobre Comércio de Armas, que nunca foi ratificado pelo Senado.
"Estamos retirando nossa assinatura", disse Trump a milhares de ouvintes entusiasmados, muitos acenando com bonés vermelhos decorados com o slogan do presidente republicano, "Torne a América Grande Novamente".
A NRA rejeita há tempos o tratado, que regula o negócio de 70 bilhões de dólares de armas convencionais e quer tirar as armas das mãos de violadores de direitos humanos. O grupo de lobby argumenta que ele minaria os direitos domésticos de posse de armas, uma visão que o governo Obama rejeitava.
Trump disse que a Organização das Nações Unidas (ONU) receberá uma notificação formal da saída dos EUA do tratado em breve.
A NRA gastou 30,3 milhões de dólares apoiando a campanha presidencial de 2016 de Trump, segundo o Centro para Políticas Responsáveis, um grupo que monitora gastos de campanha.
A maioria dos 193 membros da Assembleia-Geral da ONU aprovou o tratado em abril de 2013, e os EUA, o maior exportador de armas do mundo, votaram a seu favor, apesar da oposição forte da NRA.
A decisão de Trump provocou a reprovação imediata de grupos internacionais de direitos humanos.
"Os Estados Unidos agora irão dar os braços a Irã, Coreia do Norte e Síria por não serem signatários deste tratado histórico, cujo único objetivo é proteger pessoas inocentes de armas mortais", disse a presidente da Oxfam America, Abby Maxman.
Até agora, 101 países se uniram formalmente ao tratado. Outros 29, inclusive os EUA, o assinaram, mas não se filiaram formalmente.