O magnata e pré-candidato republicano dos Estados Unidos, Donald Trump: "acho que é possível relaxar as tensões e melhorar as relações com a Rússia" (REUTERS/Rick Wilking)
Da Redação
Publicado em 27 de abril de 2016 às 17h04.
Washington - O empresário Donald Trump, pré-candidato favorito na corrida do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos, afirmou nesta quarta-feira que, se eleito, negociará com a Rússia para deixar para trás as tensões na relação bilateral e pressionará a China para controlar a Coreia do Norte e para abandonar as atividades no Mar da China Meridional.
Trump, avaliado pelo presidente russo, Vladimir Putin, como uma pessoa "brilhante e de talento", expressou seu desejo de "viver pacificamente e em amizade" com os dois rivais dos americanos.
"Acho que é possível relaxar as tensões e melhorar as relações com a Rússia, desde uma posição de força. O bom senso diz que esse ciclo de hostilidade tem que acabar, e se tudo ocorrer bem, acabará em breve", destacou o líder nas primárias republicanas em um discurso sobre política externa em Washington.
"Alguns dizem que os russos não serão razoáveis, e eu pretendo averiguar isso. Se em minha administração não pudermos chegar a um acordo, um acordo que seja excelente - não bom, mas excelente - para os EUA, e também bom para Rússia, nos retiraremos rapidamente das mesas de negociações", ressaltou Trump.
Putin manteve uma boa relação com o último presidente republicano dos EUA, George W. Bush, especialmente depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 em Nova York.
Por outro lado, desde que Putin retornou ao Kremlin em 2012, suas relações foram particularmente frias com o atual presidente americano, Barack Obama, que não escondeu o desejo de que o atual primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, assumisse o posto.
Trump afirmou que a China "respeita a força" e "perdeu o respeito" pelos EUA quando os americanos deixaram ser economicamente explorados pelo país asiático. "Temos um déficit comercial em massa com a China, um déficit que devemos encontrar rapidamente uma forma de equilibrar", explicou o magnata.
"Obama permitiu que a China continuasse seu assalto econômico ao trabalho e à riqueza americana ao se negar a aplicar tratados comerciais, além de não exercer a pressão necessária sobre a China para pôr a Coreia do Norte sobre controle", ressaltou.
"Temos margem de manobra, poder econômico sobre a China, e as pessoas não o entendem. E com esse poder econômico podemos conseguir que façam o que têm que ser feito com a Coreia do Norte, que está totalmente fora de controle", garantiu o pré-candidato republicano.
"Olhem o que a China está fazendo no Mar da China Meridional. Eles não devem fazer isso. Não há nenhum respeito por nosso país ou por nosso presidente", completou.
Trump, que costuma afirmar ser um grande negociador no âmbito empresarial, talento que promete transferir à política, considerou que, no caso da China, os dois países podem "se beneficiar ou seguir por caminhos separados".
Além disso, o empresário denunciou que, desde a década de 1990, os EUA passaram mais tempo tentando incluir a China na Organização Mundial do Comércio (OMC) do que deter a Al Qaeda.
"E isso foi um desastre absoluto", concluiu o magnata.