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Trump prepara discurso de posse inspirado em Reagan

Entre as prioridades do discurso deve figurar o alívio dos encargos sobre as empresas para reativar a economia

Donald Trump: principal redator do discurso do presidente eleito será o jovem californiano Stephen Miller (Drew Angere/Getty Images)

Donald Trump: principal redator do discurso do presidente eleito será o jovem californiano Stephen Miller (Drew Angere/Getty Images)

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AFP

Publicado em 30 de dezembro de 2016 às 12h27.

Donald Trump passou o Natal em família na Flórida e também prepara seu discurso de posse, pedra angular de seu mandato, que deve ser inspirado no ex-presidente republicano Ronald Reagan (1981-1989).

Depois de ter citado durante a campanha presidencial os ex-presidentes democratas John F. Kennedy e Franklin D. Roosevelt, assim como o republicano Abraham Lincoln, o presidente eleito planeja retomar no dia 20 de janeiro a "fala direta" de Reagan.

Mas o orador populista de 70 anos não escreve sozinho. O principal redator de seu discurso será o jovem californiano Stephen Miller, ex-conselheiro do futuro ministro da Justiça Jeff Sessions, que já havia se ocupado do discurso do então candidato para a convenção do Partido Republicano.

Em 1981, depois de começar seu discurso agradecendo ao seu antecessor, Ronald Reagan afirmou que os Estados Unidos enfrentavam "um mal econômico de grande amplitude". Prometeu reformar o regime fiscal e elogiou os méritos da livre empresa, dois temas que marcaram seus oito anos no poder.

"Nesta crise atual, o Estado não é a solução para nosso problema. O Estado é o problema", havia afirmado.

Embora os assessores de Trump afirmem que o milionário ainda não definiu o tema principal de seu discurso, entre suas prioridades deve figurar o alívio dos encargos sobre as empresas para reativar a economia, que considera abalada.

Uma definição do futuro presidente

Seu porta-voz Sean Spicer explicou que o magnata imobiliário dedicou muito tempo nestas festas de fim de ano a reler os rascunhos com seus principais conselheiros.

O discurso de posse marca o lançamento de uma nova presidência e define em geral, a posteriori, os ocupantes da Casa Branca.

Foi neste discurso que Kennedy (1961-63) proclamou que "a tocha foi entregue a uma nova geração de americanos", representando, assim, a guinada dos anos 1960.

Também convidou os americanos a "não se perguntarem o que o seu país pode fazer por vocês, mas o que vocês podem fazer por seu país", dando um significado ao serviço nacional que perdura ainda hoje.

Algumas décadas antes, Rosevelt (1933-1945) buscou dar novamente confiança a um país ainda sob o choque da Grande Depressão, ressaltando que "a única coisa da qual devemos ter medo é do próprio medo".

Lincoln (1861-1865) tentou, por sua vez, tentar curar as feridas da Guerra Civil, convocando os americanos a considerar o futuro "sem maldade contra ninguém, com bondade para todos".

Nixon na convenção

Trump também apelou ao historiador Douglas Brinkley e a conselheiros de longa data, como o personagem de extrema-direita Steve Bannon.

Na quarta-feira, Brinkley e Trump evocaram "uma espécie de história da presidência e das investiduras passadas" e também falaram das promessas presidenciais mais memoráveis, explicou o historiador.

O milionário "estava muito interessado no homem caminhando sobre a Lua e na foto da Lua, então falamos um pouco disso", acrescentou, referindo-se à promessa de Kennedy de enviar um homem ao satélite.

O discurso que Trump pronunciará em três semanas não será apenas um instrumento que permitirá medir sua política. Também possibilitará avaliar suas qualidades de orador e sua capacidade para ampliar o horizonte dos americanos.

Mas o magnata costuma ficar mais confortável quando fala dele e une seus militantes mais extremos que quando lê discursos preparados com antecedência.

Uma exceção notável foi seu discurso de posse como candidato à eleição presidencial na convenção republicana de Cleveland, em julho. Um discurso inspirado no de Richard Nixon em 1968.

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