Trump: presidente de 74 anos foi internado nesta sexta-feira (Mandel Ngan/AFP)
AFP
Publicado em 4 de outubro de 2020 às 14h00.
Última atualização em 4 de outubro de 2020 às 16h21.
O presidente americano, Donald Trump, "continua melhorando" e pode ter alta na segunda-feira, disseram neste domingo (4) seus médicos, depois de boletins contraditórios sobre seu estado de saúde, após sua hospitalização na sexta-feira por covid-19.
A equipe médica do presidente informou que seus níveis de oxigênio tinham baixado duas vezes nos últimos dias e que está sendo tratado com esteroides, mas deu uma avaliação otimista de seu estado de saúde e das perspectivas do mandatário de 74 anos.
"Desde que falamos pela última vez (no sábado), o presidente continua melhorando. Como ocorre com qualquer doença, há altos e baixos frequentes em seu curso", disse o médico de Trump, Sean Conley.
O presidente continuou trabalhando, apesar de sua internação no hospital militar Walter Reed, na periferia de Washington, fez telefonemas e tuitou no centro médico.
Conley disse que o presidente tinha sido transferido para o hospital na sexta-feira depois de um "rápido avanço" da covid-19, com seus níveis de oxigênio baixos. Ele chegou a receber oxigênio antes de ser hospitalizado.
Brian Garibaldi, outro dos médicos de Trump, disse que o presidente chegou a se colocar "de pé e caminhando".
"Se continuar se sentindo e aparentando estar tão bem quanto hoje, temos esperança de poder lhe dar alta já amanhã (segunda-feira) para que possa continuar com o tratamento na Casa Branca", disse o médico.
Na noite de sábado, a equipe médica havia dito que o presidente não estava fora de perigo, apesar de se manifestar "cautelosamente otimista", depois de declarações do chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, que mostrou preocupação com a saúde de Trump, provocando confusão.
Nesse mesmo dia, o mandatário divulgou no Twitter um vídeo no qual disse se sentir "muito melhor" e destacou que voltaria "em breve".
Entre a noite de sábado e o domingo de manhã, Trump falou por telefone com várias pessoas, entre elas seu vice-diretor de campanha Jason Miller, faltando apenas um mês para as eleições de 3 de novembro.
Seu filho, Eric Trump, também disse ter falado com o pai: "Falamos sobre o novo plano de recuperação econômica", contou. "Não pensei que estaria com ânimo para uma conversa".
O assessor de segurança nacional, Robert O'Brien, também destacou o ânimo de Trump e disse à CBS que qualquer discussão sobre uma possível transferência de poder ao vice-presidente Mike Pence "não é algo que esteja sobre a mesa".
Segundo ele, Trump pediu para transmitir que, apesar de estar hospitalizado, está ativo, "firmemente no controle".
Ainda persistem dúvidas sobre o momento do contágio e se poderia ter exposto dezenas de pessoas à covid-19.
Uma linha do tempo fornecida pelos assessores e médicos de Trump sugeriu que ele se reuniu com mais de 30 doadores de campanha na quinta-feira em Nova Jersey, inclusive depois de saber que sua assistente próxima, Hope Hicks, tinha testado positivo, apenas horas antes de anunciada sua própria infecção.
A esposa de Trump, Melania, também está com o novo coronavírus, mas sem sintomas graves.
O presidente americano, Donald Trump, disse neste sábado que se sente "muito melhor", após ter contraído a covid-19, e prometeu que voltará "logo" às suas atividades. O republicano salientou também que não teve 'outra opção' além de se expor ao coronavírus.
A polêmica sobre a falta de precauções na Casa Branca e na família Trump com o coronavírus cresceu no domingo, mas também sobre a decisão de que o vice-presidente continue fazendo campanha. É ele quem assumiria as rédeas do governo em caso de incapacidade de Trump.
Pence esteve perto de alguns infectados, mas testou negativo para o novo coronavírus. E tem diante de si uma agenda apertada.
Várias perguntas alimentam as controvérsias. Quando o presidente se contaminou? Por que os organizadores do debate de terça-feira em Cleveland deixaram que toda a família Trump comparecesse sem máscaras?
A política de prevenção do Executivo se baseou totalmente em testes, um erro denunciado por especialistas durante meses.
A campanha de Biden, que fará um novo exame de covid-19 neste domingo, diz que a doença do presidente apoia a decisão do democrata de liderar uma campanha limitada, com um forte componente virtual.
Os Estados Unidos somam quase 210.000 mortos pelo novo coronavírus.