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Trump pode mobilizar forças militares para conter manifestações nos EUA

Fontes informam que o Pentágono emitiu ordem para deixar soldados do Corpo da Polícia Militar de prontidão caso seja necessário ajudar as polícias

Trump: presidente americano insultou os manifestantes em sua conta no Twitter, chamando-os de “bandidos”, e incentivou o uso da força para conter os protestos (Alex Wong/Getty Images)

Trump: presidente americano insultou os manifestantes em sua conta no Twitter, chamando-os de “bandidos”, e incentivou o uso da força para conter os protestos (Alex Wong/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de maio de 2020 às 10h12.

Com o acirramento das manifestações nos Estados Unidos por conta da morte de George Floyd, fontes informam a Associated Press que o Pentágono emitiu ordem para deixar soldados do Corpo da Polícia Militar, a polícia do Exército dos Estados Unidos, de prontidão caso seja necessário a mobilização das forças para ajudar as polícias das cidades onde a situação está mais crítica. O governo americano negou a informação.

Seria a primeira vez que tropas militares da ativa podem ser destacados para controle de manifestações dentro do país desde 1992, quando a cidade de Los Angeles enfrentou uma série de violentos motins. A sugestão partiu do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última quinta-feira, 28, quando pediu ao secretário de Defesa, Mark Esper, soluções rápidas de como o governo federal americano poderia lidar com o assunto.

A escalada nos protestos, com incêndios e saques, aconteceu após a divulgação de um vídeo que mostra o policial Derek Chauvin, que é branco, com o joelho no pescoço de Floyd, negro – que morreu em seguida, após dar entrada no hospital. Chauvin foi preso e indiciado por homicídio na noite de ontem. Além de Minneapolis, houve manifestações violentas nesta sexta-feira também na capital Washington, Nova York, Atlanta, Phoenix, Denver e Los Angeles.

Nesta sexta, 29, Chauvin foi preso e acusado de homicídio culposo, que pode levar a uma pena de até 25 anos de prisão. No vídeo de 10 minutos, gravado por uma testemunha, ele passa pelo menos sete com o joelho no pescoço de Floyd, mesmo após ele dizer que não conseguia respirar. O policial, de 44 anos, foi demitido no dia seguinte – juntamente como outros três colegas que participaram da ação.

Em meio ao clima de desordem social, o presidente dos EUA, Donald Trump, insultou os manifestantes, chamando-os de “bandidos”, e incentivou o uso da força para conter os protestos. No Twitter, ele postou uma frase usada nos anos 60 por Walter Headley, chefe de polícia de Miami. “Quando saques começarem, os tiros começam”, escreveu o presidente.

Imediatamente, o Twitter marcou o post de Trump com um alerta, alegando que a mensagem enaltecia a violência. “Este tuíte violou as regras do Twitter por glorificar a violência. No entanto, o Twitter determinou que pode ser do interesse do público que o tuíte permaneça acessível”, justificou a empresa.

Trump e o Twitter iniciaram então um novo capítulo da disputa que marcou a semana, que havia começado com a empresa marcando dois posts do presidente com um alerta para que os usuários checassem a veracidade da mensagem de Trump. Furioso, o presidente assinou uma ordem executiva, na quinta-feira, que muda as regras de proteção às redes sociais, que evitam que empresas de tecnologia – como Twitter, Facebook e Google – sejam processadas por moderarem publicações de usuários.

Enquanto o presidente disparava para todos os lados, os democratas tentaram marcar posição com um tom mais moderado. O ex-presidente Barack Obama afirmou que casos como o de Floyd não deveriam ser “normais” nos EUA em 2020″. “Se quisermos que os nossos filhos cresçam num país à altura dos seus maiores ideais, podemos e devemos fazer melhor”, escreveu o ex-presidente em uma carta publicada no Twitter.

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