Trump e Peña Nieto: o próprio Trump afirmou no fim de julho que estava considerando Barrack (Henry Romero/Reuters)
EFE
Publicado em 10 de agosto de 2017 às 17h55.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está considerando nomear como embaixador no México seu amigo Thomas Barrack, um investidor do mercado imobiliário da Califórnia, mas ainda não está claro se a escolha é viável, pela dificuldade que ele teria em vender seus ativos e por possíveis problemas fiscais enfrentados na Itália.
Barrack, um bilionário que cooperou com a campanha eleitoral de Trump e comandou a organização da posse do presidente em janeiro, está conversando com a Casa Branca para se tornar o próximo embaixador no México, informou o site "Politico".
"O posto é dele se ele quiser", disse ao "Politico" uma fonte com conhecimento das negociações entre Barrack e a Casa Branca.
O próprio Trump afirmou no fim de julho que estava considerando Barrack para substituir Roberta Jacobson, indicada pelo ex-presidente Barack Obama.
"Estou pensando nisso. O que você acha? Gosta dele?", afirmou Trump em uma entrevista ao "The Wall Street Journal", quando perguntado por um dos jornalistas do veículo sobre a possibilidade de nomear Barrack como embaixador no México.
Barrack, de 70 anos, é o presidente da Colony NorthStar, uma companhia que investe no mercado imobiliário e compra dívidas relacionadas com projetos desse setor no mundo todo.
Apesar de ser o favorito de Trump para assumir o cargo, não está claro se ele vai aceitá-lo. Um dos motivos seria a dificuldade de vender todos os seus ativos, segundo uma fonte da Casa Branca relatou ao "Politico".
Outra fonte consultada pelo site completou que Barrack não quer ficar limitado ao México e gostaria de influir de forma "mais ampla" na política externa de Trump, especialmente na América do Sul.
Ambas as fontes afirmaram que Barrack costuma exercer uma influência positiva sobre Trump, no sentido de orientar que o presidente pense globalmente e não só em sua base eleitoral.
Barrack fez um discurso na convenção republicana do ano passado. Segundo a emissora "CNN", ele foi um dos aconselhou Trump a visitar o México em agosto de 2016 para que o presidente suavizasse sua imagem no país vizinho após os comentários sobre imigrantes.
A indicação precisaria ser confirmada no Senado. Por esse motivo, pode ser um obstáculo a investigação aberta contra Barrack na Itália, onde o investidor teria sonegado 170 milhões de euros em impostos ao vender ao governo do Catar um complexo de luxo na costa da Sardenha, em 2012.