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Trump pede estudo para decidir sobre a taxação da importação de minerais críticos pelos EUA

País tem reservas internas, mas importa maior parte dessas matérias-primas para a indústria de tecnologia. Presidente quer estimular produção interna

Agência o Globo
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Publicado em 15 de abril de 2025 às 21h15.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, pediu hoje a seus auxiliares que seja feito um estudo sobre a necessidade de impor tarifas comerciais sobre minerais críticos, matérias-primas importantes para a indústria de tecnologia, no que foi a sua mais recente medida na sua guerra comercial.

A ordem, assinada por Trump nesta terça-feira, determina que o secretário de Comércio inicie uma investigação com base na Seção 232 da Lei de Expansão do Comércio de 1962 para “avaliar o impacto das importações desses materiais sobre a segurança e resiliência dos Estados Unidos”, segundo um informativo da Casa Branca.

Se o secretário concluir que as importações de minerais críticos ameaçam “prejudicar a segurança nacional” e o presidente decidir impor tarifas, essa taxação substituiria os atuais chamados encargos recíprocos anunciados por Trump no início deste mês sobre parceiros comerciais dos EUA e que foram suspensos por 90 dias, exceto para produtos da China.

A ordem abrange todos os minerais críticos, incluindo elementos de terras raras, classificando-os como “blocos fundamentais da nossa base industrial de defesa” e cruciais para a fabricação de motores a jato, sistemas de orientação de mísseis, computadores avançados, bem como equipamentos de radar, óptica e comunicações.

A medida também abrange urânio, minerais críticos processados e produtos derivados. Pela lei, o secretário de Comércio deverá apresentar os resultados da investigação no prazo de 270 dias.

Trump já havia sinalizado a medida nos últimos dias, sugerindo que seu governo poderia considerar tarifas sobre minerais críticos, após já ter imposto tarifas setoriais sobre aço e alumínio, automóveis e peças automotivas.

Na segunda-feira, a administração também anunciou a abertura de investigações sobre importações de semicondutores e produtos farmacêuticos — também lideradas pelo Departamento de Comércio.

No mês passado, Trump também invocou poderes emergenciais para ampliar a capacidade dos EUA de produzir minerais críticos — parte de um esforço mais amplo para estimular o desenvolvimento de recursos naturais domésticos e reduzir a dependência do país em relação às importações estrangeiras.

Produzir no país em vez de importar

Essa ordem busca fornecer financiamento, empréstimos e outros apoios a investimentos no processamento interno desses minerais.

Apesar de possuir alguns minerais críticos, os EUA atualmente importam uma quantidade significativa, o que gera riscos econômicos e de segurança, segundo a Casa Branca. O governo afirma que o país depende de importações para pelo menos 15 minerais críticos, sendo que 70% das importações de terras raras vêm da China.

Trump tem implementado tarifas generalizadas com o objetivo de fortalecer a indústria manufatureira e a produção de energia dos EUA, além de gerar novas receitas para o governo federal. Mas essas medidas têm abalado os mercados, que temem que as tarifas acabem elevando os preços para os consumidores, rompendo cadeias internacionais de suprimentos e reduzindo o comércio — o que pode levar a economia global a uma recessão.

No início deste mês, Trump impôs — e logo suspendeu — tarifas mais altas sobre cerca de 60 parceiros comerciais dos EUA, numa tentativa de dar tempo para que esses países negociem acordos e evitem os novos encargos de importação. Essa pausa, no entanto, não impediu o presidente de seguir adiante com tarifas específicas por setor.

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