Donald Trump: "é hora de ser duro e inteligente", disse o pré-candidato republicano (REUTERS/Chris Keane)
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2016 às 07h36.
Washington - O pré-candidato do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta sexta-feira um boicote aos produtos da Apple até que a empresa tecnológica cumpra a ordem do FBI de ajudar a desbloquear o conteúdo de um iPhone em um caso de terrorismo.
Trump se referiu à polêmica envolvendo a Apple e a polícia federal dos EUA (FBI), que exige que a companhia desbloqueie o telefone usado por um dos autores do atentado de 2 de dezembro do ano passado em San Bernardino, na Califórnia, que deixou 14 mortos.
"O que acho que deveriam fazer é boicotar a Apple até o momento em que a companhia apresente o número de segurança" do telefone, afirmou o magnata do setor imobiliário em um comício no estado da Carolina do Sul, que neste sábado realiza as eleições primárias republicanas.
Depois, Trump escreveu em sua conta no Twitter: "Boicotem todos os produtos da Apple até que a Apple dê a informação do celular às autoridades em relação com o casal de terroristas radicais islâmicos da Califórnia".
"Nosso país necessita e deveria exigir segurança. É hora de ser duro e inteligente", ressaltou o pré-candidato republicano.
"Eu utilizo iPhone e Samsung. Se a Apple não der às autoridades as informações sobre os terroristas, só usarei Samsung até que forneçam a informação", acrescentou o bilionário, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a indicação republicana.
Trump fez esse pedido no mesmo dia em que o Departamento de Justiça dos EUA apresentou uma moção para obrigar a Apple a cumprir com a exigência do FBI.
Uma juíza ordenou na terça-feira que a Apple ajudasse o FBI a desbloquear e a ter acesso ao telefone utilizado por Syed Rizwan Farook, que foi abatido pela polícia junto com sua esposa, Tashfeen Malik, depois que ambos atacaram seus colegas de trabalho em San Bernardino.
Farook, que tinha nacionalidade americana, e sua esposa, que era paquistanesa, eram supostos seguidores do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), e seu aparelho foi encontrado no veículo no qual fugiam da polícia quando foram abatidos.
O executivo-chefe da Apple, Tim Cook, afirmou na quarta-feira, em carta enviada aos clientes da empresa, que a decisão da juíza representa "um passo sem precedentes" que "ameaça" a segurança dos clientes da companhia.
"Somos contrários a essa ordem, que tem implicações além do caso legal em questão", ressaltou Cook, cuja companhia tem até 26 de fevereiro para responder formalmente à magistrada.
Espera-se que a companhia tecnológica, com sede na cidade californiana de Cupertino, alegue em sua resposta formal aos tribunais que a solicitação do Departamento de Justiça vai além das faculdades legais do governo.