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Trump ordena a suspensão de toda ajuda militar em andamento à Ucrânia; países reagem

A decisão americana é a primeira consequência da discussão entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca

Guerra na Ucrânia: Trump e Zelensky discutem na Casa Branca  (SAUL LOEB / AFP/AFP)

Guerra na Ucrânia: Trump e Zelensky discutem na Casa Branca (SAUL LOEB / AFP/AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 4 de março de 2025 às 09h27.

Última atualização em 4 de março de 2025 às 09h32.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou nesta segunda-feira a suspensão de toda a ajuda à Ucrânia, incluindo a que já estava comprometida ou a caminho de seu destino, confirmou à Agência EFE uma alta autoridade americana.

Segundo a fonte, Trump está muito interessado em alcançar a paz e precisa que "todos os nossos parceiros estejam comprometidos com esse objetivo".

Por esse motivo, "estamos suspendendo (a ajuda militar) e revisando-a para garantir que contribua para uma solução".

Essa medida interrompe a entrega de armas ou equipamentos já em território polonês e prontos para entrega final aos ucranianos, de acordo com a emissora "Fox News".

A decisão do mandatário americano é a primeira consequência do bate-boca ocorrido na última sexta-feira na Casa Branca entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que o mundo inteiro acompanhou ao vivo.

Trump tomou a decisão de suspender a ajuda militar à Ucrânia após se reunir hoje com sua equipe, incluindo o secretário de Estado, Marco Rubio, e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, para avaliar se deve continuar enviando armas para Kiev e definir sua posição em relação à Ucrânia após discussão com Zelensky.

Mais cedo, Trump escreveu em sua rede social Truth que a oposição de Zelensky a um rápido acordo de paz com Moscou poderia custar-lhe o cargo.

"Talvez alguém não queira fazer um acordo, e se alguém não quiser fazer um acordo, não acho que essa pessoa ficará por aqui por muito tempo. Essa pessoa não será ouvida por muito tempo, porque acho que a Rússia quer fazer um acordo", disse Trump.

Zelensky, que está alinhado com a União Europeia neste ponto, mostrou-se contra um acordo rápido e incondicional que poderia ser equiparado à capitulação à Rússia.

Trump não gostou quando Zelensky disse ontem em Londres que um possível acordo de seu país com a Rússia para acabar com a guerra "ainda está muito, muito distante", e ele deixou isso claro em sua rede.

"Esta é a pior declaração que Zelensky poderia ter feito, e os Estados Unidos não vão tolerar isso por muito mais tempo!", disse o presidente americano.

Reação da Ucrânia

O primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmygal, disse nesta terça-feira que as autoridades de Kiev continuarão trabalhando com Washington para continuar recebendo apoio militar e assegurou estar confiante de que os Estados Unidos continuarão enviando ajuda a seu país, apesar dos relatos de que o fluxo de ajuda foi interrompido.

“Hoje, a Ucrânia está totalmente determinada a continuar a cooperação com os Estados Unidos da América e está confiante de que o apoio dos Estados Unidos, como líder mundial e um dos nossos principais parceiros que nos apoiou durante três anos, continuará”, afirmou Shmygal em uma entrevista coletiva, de acordo com a agência de notícias “Interfax-Ucrânia”.

Podolyak também declarou que a Ucrânia está em contato com seus parceiros europeus para explorar a opção de substituir remessas dos EUA por compras de países europeus.

Rússia fala em 'processo de paz'

O Kremlin afirmou nesta terça-feira que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de interromper a ajuda militar à Ucrânia impulsionará o envolvimento de Kiev no processo de paz.

"Esta é uma decisão que pode efetivamente empurrar o regime de Kiev a (participar de) um processo de paz", disse o porta-voz presidencial da Rússia, Dmitry Peskov em sua coletiva de imprensa diária por telefone.

Peskov, que foi muito cauteloso em sua declaração, pediu que se espere até que a decisão seja oficialmente confirmada e sejam conhecidos "seus detalhes".

Ao mesmo tempo, enfatizou que este anúncio "é a maior contribuição para a causa da paz" e que, segundo ressaltou, os Estados Unidos são o país que mais forneceu assistência militar a Kiev desde o início da guerra, há três anos.

O porta-voz do Kremlin também lembrou que países europeus expressaram recentemente sua intenção de aumentar o fornecimento de armas à Ucrânia.

"Quero dizer, eles certamente tentarão compensar os volumes de munição e tudo mais", afirmou, referindo-se aos membros europeus da Otan que fornecem mais da metade da ajuda a Kiev.

O presidente russo, Vladimir Putin, há muito acusa os países da Otan de contribuírem para prolongar a guerra e o sofrimento do povo ucraniano com seus suprimentos militares.

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