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Trump não descarta intervenção na Venezuela

Comentário foi feito no mesmo dia em que seis países decidiram denunciar autoridades chavistas por crimes contra a humanidade

Donald Trump afirmou nesta quarta-feira, 26, que "todas as opções" estão na mesa sobre a Venezuela (Carlos Barria/Reuters)

Donald Trump afirmou nesta quarta-feira, 26, que "todas as opções" estão na mesa sobre a Venezuela (Carlos Barria/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de setembro de 2018 às 10h50.

Última atualização em 27 de setembro de 2018 às 11h26.

Nova York - O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 26, que "todas as opções" estão na mesa sobre a Venezuela, sem descartar uma intervenção militar e sugeriu que pode se encontrar com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. O comentário foi feito no mesmo dia em que seis países decidiram denunciar autoridades chavistas no Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade.

Questionado sobre a Venezuela nesta quarta na ONU, Trump afirmou que considerava opções "fortes" para lidar com a crise no país. "Todas as opções estão na mesa. Todas. As mais fortes e as menos. Todas as opções - e vocês sabem o que eu quero dizer por 'forte'. Todas opções estão sobre a mesa com relação à Venezuela", afirmou o presidente americano, dizendo que "cuidaria" do povo venezuelano.

Trump indicou também que poderia se encontrar com Maduro, que desembarcou nesta quarta-feira em Nova York para participar da Assembleia-Geral da ONU. "Eu certamente estaria aberto a isso", disse. Questionado sobre o fato de o regime venezuelano hesitar em declarar situação de crise humanitária sob argumento de evitar uma intervenção, Trump afirmou que o que tem acontecido no país é "uma desgraça".

Maduro apareceu de surpresa para discursar em Nova York. Ele havia afirmado que não compareceria à Assembleia-Geral da ONU por riscos à sua segurança pessoal. Em Nova York, Maduro foi um dos últimos a discursar no plenário da Assembleia-Geral. Ele afirmou que apesar das "imensas divergências" que mantêm com Donald Trump, ele aceita seu convite para se reunir com o chefe de Estado americano. "Sou um operário, um motorista de ônibus, um homem do povo. Não sou um magnata ou um multimilionário".

"Eu estou disposto a apertar a mão do presidente dos Estados Unidos e a me sentar com ele para dialogar sobre os assuntos das diferenças bilaterais e da nossa região", disse Maduro. "Estou disposto a falar com agenda aberta de todos os temas que o presidente quer falar", insistiu.

Antes, porém, o presidente havia acusado os EUA de terem planejado e financiado o ataque com drones contra ele em agosto, em Caracas. Segundo Maduro, os "terroristas" que conduziram o ataque foram presos e confessaram a autoria durante as investigações. Ele pediu uma investigação independente e internacional sobre o ataque.

A pressão internacional sobre a Venezuela ficou evidente durante toda a Assembleia-Geral da ONU. Em seu discurso, na terça-feira, Trump falou em uma aliança para "restaurar" a democracia no país ao dizer que a Venezuela está em situação "perturbadora e perigosa". O governo dos EUA anunciou novas sanções à alta cúpula do governo, incluindo a mulher de Maduro, Cilia Flores.

Os seis países que decidiram denunciar funcionários do governo venezuelano ao TPI fizeram breves declarações nesta quarta na sede da ONU. O chanceler da Argentina, Jorge Faurie, falou sobre "prisões arbitrárias, assassinatos, tortura e ataques ao devido processo legal".

Lealdade

Nesta quarta-feira, as Forças Armadas venezuelanas reiteraram lealdade a Maduro. Em documento assinado pelo ministro venezuelano da Defesa, o general Vladimir Padrino López, os militares prometem lutar contra "as pretensões imperiais" e garantiram que cumprirão "as tarefas determinadas pela Constituição". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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