Trump: presidente americano voltou a atacar a ordem global em discurso na ONU (Carlo Allegri/Reuters)
AFP
Publicado em 24 de setembro de 2019 às 12h23.
Última atualização em 24 de setembro de 2019 às 12h50.
Em discurso na Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (24), o presidente americano, Donald Trump, voltou a atacar a ordem global e defendeu que os "globalistas" nunca triunfarão.
"O futuro não pertence aos patriotas. O futuro pertence aos patriotas", afirmou. "O futuro pertence à soberania e às nações independentes que protegem seus cidadãos, respeitam seus vizinhos e honram as diferenças que tornam cada país especial e único", completou.
Trump criticou duramente as práticas comerciais da China, e disse esperar que as duas potências econômicas possam chegar a um acordo para encerrar sua disputa comercial.
Presidente americano criticou uma ladainha do que chamou de "políticas comerciais desleais" da China. "(A China) adotou um modelo econômico dependente de enormes barreiras de mercado, pesados subsídios estatais, manipulação cambial... transferências forçadas de tecnologia e roubo de propriedade intelectual, além de segredos comerciais em grande escala", afirmou.
"No que diz respeito à América (EUA), esses dias acabaram."
Ainda em relação ao comércio, renovou seu compromisso com uma "magnífico acordo" com os britânicos, que se preparam para deixar a União Europeia. "Estamos trabalhando estreitamente com o primeiro-ministro Boris Johnson em um magnífico acordo comercial", garantiu na ONU.
O presidente americano pediu que os países do mundo aumentem a pressão econômica sobre o Irã, dizendo que nenhuma nação deve apoiar a "sede de sangue" iraniana.
"Todas as nações têm o dever de agir", disse Trump durante seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). "Nenhum governo responsável deve subsidiar a sede de sangue do Irã. Enquanto o comportamento ameaçador do Irã prosseguir, sanções não serão suspensas. Elas serão reforçadas", acrescentou.
Trump disse que as políticas defendidas pelo que chamou de "ativistas de fronteiras abertas" prejudicam as pessoas que deveriam ser ajudadas, e classificou a imigração ilegal como um dos mais cruciais desafios do mundo.
"Hoje eu tenho uma mensagem para aqueles ativistas a favor de fronteiras abertas que se escondem na retórica de justiça social: suas políticas não são justas. Suas políticas são cruéis e perversas".
"Vocês estão capacitando organizações criminosas que atacam homens, mulheres e crianças inocentes. Vocês colocam seu próprio falso senso de virtude antes das vidas, do bem-estar e de inúmeras pessoas inocentes", disse ele. "Quando vocês prejudicam a segurança nas fronteiras, estão comprometendo os direitos humanos e a dignidade humana".
O presidente dos Estados Unidos atacou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o governo de Cuba e garantiu que seguirá defendendo a mudança de regime no país sul-americano.
"O diretor Maduro é uma marionete cubana, protegida por guarda-costas cubanos", atacou o líder, durante discurso na Assembleia Geral da ONU.
"Cuba saqueia a riqueza da Venezuela", completou Trump.
Trump, inclusive, dirigiu palavras aos cidadãos venezuelanos, que vivem, segundo ele, um "pesadelo", garantindo que o país que lidera seguirá dando apoio humanitário. "Estamos seguindo muito de perto da situação na Venezuela. Esperamos o dia em que seja restaurada a democracia, e a Venezuela seja livre", assegurou.
"O socialismo e o comunismo não se tratam de justiça, nem de tirar o povo da pobreza", acrescentou.
Para Trump, as políticas são responsáveis por destruir nações e sociedades, antes de citar Cuba, Venezuela e Nicarágua como países em que a democracia está mais ameaçada no continente americano.