Mundo

Trump manterá 8,6 mil soldados americanos no Afeganistão

Os Estados Unidos esperam conseguir um acordo com o Talibã após a retirada parcial das tropas americanas do Afeganistão

Afeganistão: Trump alertou que não há garantias de que seu governo consiga assinar um acordo com os talibãs (AFP/AFP)

Afeganistão: Trump alertou que não há garantias de que seu governo consiga assinar um acordo com os talibãs (AFP/AFP)

E

EFE

Publicado em 29 de agosto de 2019 às 15h20.

Washington — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que planeja reduzir de 14 mil para 8,6 mil o número de soldados americanos no Afeganistão, mas alertou que não há garantias de que seu governo consiga assinar finalmente um acordo com os talibãs.

"Vamos diminuir para 8,6 mil soldados e depois tomaremos uma decisão a partir daí", disse Trump em entrevista à emissora de rádio de "Fox News".

Os Estados Unidos e os talibãs estão perto de chegar a um acordo nas negociações que mantêm há meses em Doha, destinadas a encontrar uma saída para quase duas décadas de conflito armado no Afeganistão.

A retirada parcial à qual se referiu Trump deixaria o contingente americano no Afeganistão em um nível muito similar ao qual tinha quando o presidente chegou ao poder em 2017, quando havia cerca de 8,4 mil soldados no país centro-asiático.

Há dois anos, Trump anunciou um aumento de soldados de cerca de 4 mil soldados para resistir aos avanços dos talibãs, mas o impulso sempre foi o de deixar o país onde os Estados Unidos livraram a guerra mais longa da sua história.

"Já não estamos combatendo uma guerra lá, agora somos só policiais", afirmou Trump na entrevista.

"Poderíamos ganhar muito facilmente essa guerra se eu quisesse matar 10 milhões de pessoas, mas não quero. Não estou buscando matar uma porção grande desse país", acrescentou Trump, que já repetiu essa frase em várias ocasiões ao lembrar que possui bombas nucleares.

Trump voltou a descrever o Afeganistão como "a Universidade Harvard do Terrorismo", ao ressaltar que lá "foi local de treinamento de pessoas que depois cometeram o ataque contra o World Trade Center" em Nova York em 11 de setembro de 2001.

"Temos que vigiar o Afeganistão. Não sei se vai haver um acordo", advertiu Trump.

O porta-voz do escritório político dos talibãs no Catar, Suhail Shaheen, afirmou nesta quarta-feira no Twitter que os insurgentes e EUA estão perto de alcançar um acordo.

Os talibãs insistiram que a retirada das tropas é uma questão fundamental para alcançar um acordo durante as nove reuniões realizadas em Doha até o momento, além de terem rejeitado se reunir com o governo afegão até alcançar um pacto com Washington.

Acompanhe tudo sobre:AfeganistãoEstados Unidos (EUA)MilitaresTalibã

Mais de Mundo

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história