Trump: "Não há plano B. Há o plano A e plano A. Vamos conseguir fazer isto", disse porta-voz (Kevin Lamarque/Reuters)
Reuters
Publicado em 22 de março de 2017 às 20h11.
Washington- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e líderes republicanos do Congresso aparentavam nesta quarta-feira estar perdendo uma batalha para conseguir apoio suficiente na Câmara dos Deputados para aprovação do projeto de lei que acaba com o Obamacare, assistidos por muitos investidores cautelosos nos mercados financeiros.
O plano atual dos republicanos da Câmara está marcado para ser votado no plenário na quinta-feira, mas enfrenta resistência de alguns republicanos conservadores que veem o plano como muito similar ao Obamacare, e moderados preocupados que isto irá prejudicar alguns eleitores.
Mark Meadows, que comanda o Caucus da Liberdade na Câmara, formado por republicanos conservadores, disse após encontro na Casa Branca com o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, que seu grupo possui mais membros do que o suficiente para fazer com que o projeto não seja aprovado, embora continue esperançoso sobre possíveis mudanças à legislação.
Trump e o presidente da Câmara, Paul Ryan, principal patrocinador da medida, não podem perder mais do que cerca de 20 votos republicanos ou correm o risco de fracassar, à medida que democratas estão unidos contra a medida. Um assessor do Caucus da Liberdade disse que mais de 25 de seus membros se opõem ao projeto.
"Com base na deliberação (dos conservadores) e na falta de mudanças no projeto de lei, teria muitas dúvidas sobre sua aprovação", disse Meadows.
O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, disse que o governo está otimista, citando alguns parlamentares que eram contrários mas agora apoiam o projeto.
"A contagem continua ficando mais forte para nós", disse Spicer durante entrevista coletiva na Casa Branca, embora se negasse em que pé estava a contagem dos votos.
"Não há plano B. Há o plano A e plano A. Vamos conseguir fazer isto."
Perguntado pela Fox News se irá adiar a votação caso não tenha votos suficientes para aprovação do projeto de lei na quinta-feira, Ryan disse que não irá entrar em "hipóteses" e acrescentou: "não estamos perdendo votos, estamos acrescentando votos, e sinto que estamos chegando muito, muito perto".
Revogar e substituir a lei de saúde de 2010 do ex-presidente Barack Obama, um democrata, é um primeiro grande teste da habilidade legislativa de Trump e de sua capacidade de manter suas promessas.
As promessas de Trump durante sua campanha eleitoral e seus primeiros dois meses na Presidência levaram os mercados de ações norte-americanos a novas máximas.
Mas as ações caíram acentuadamente na terça-feira, à medida que investidores se preocupavam que um caminho tortuoso para a legislação de saúde pode afetar a habilidade de Trump de cumprir outras grandes partes de sua agenda, de cortes de impostos e regulações ao impulso de infraestruturas.
Nesta quarta-feira, os principais índices acionários se dividiram. Enquanto o Dow Jones recuou levemente, o S&P 500 teve leve alta.