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Trump levanta possibilidade de crise com Hillary na Casa Branca

"A investigação vai durar anos. O julgamento provavelmente começará", disse Trump em evento de campanha em Grand Rapids

Trump: Trump disse que eleger Hillary em 8 de novembro deixaria o país "em uma crise constitucional com a qual não podemos arcar" (Reuters)

Trump: Trump disse que eleger Hillary em 8 de novembro deixaria o país "em uma crise constitucional com a qual não podemos arcar" (Reuters)

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Reuters

Publicado em 31 de outubro de 2016 às 20h36.

Cleveland/Grand Rapids - O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou sua rival Hillary Clinton nesta segunda-feira, considerando-a uma ameaça para o país, dizendo que elegê-la enquanto o FBI estava investigando material possivelmente relacionado às configurações de seus emails poderia lançar o país em uma crise.

"A investigação vai durar anos. O julgamento provavelmente começará", disse Trump em evento de campanha em Grand Rapids, Michigan.

"Nada será feito. Eu posso dizer a vocês, seus empregos continuarão a deixar Michigan. Nada vai ser feito", disse.

Trump disse que eleger Hillary em 8 de novembro deixaria o país "em uma crise constitucional com a qual não podemos arcar. Pessoal, temos que voltar a trabalhar. Vocês não podem aceitar isso, eu não posso aceitar isso, ninguém pode".

Pouco foi divulgado ainda sobre o conjunto de emails sendo investigado, com exceção de que eles foram encontrados durante uma investigação separada sobre o ex-marido de uma importante assessora de Hillary.

O diretor do FBI, James Comey, disse numa carta breve sobre o tema a parlamentares na sexta-feira que "não se sabe o quão significativa é a nova coleção de mensagens descoberta".

Trump, aproveitou as notícias para intensificar a sua antiga acusação de que falta a Hillary integridade, na expectativa de que ele possa dar uma improvável volta por cima de última hora e ganhar as eleições de 8 de novembro.

Pesquisas de opinião mostram que a vantagem de Hillary sobre ele diminuiu levemente desde o início da semana passada. Não é sabido ainda se a controvérsia sobre os emails vai atingir o grau de apoio a ela.

Milhões de norte-americanos já registraram os seus votos nas votações antecipadas.

O FBI passou um ano investigando o uso que Hillary fez quando secretária de Estado entre 2009 e 2013 de um servidor privado de emails, e não dos sistemas do governo.

Comey concluiu em julho que Hillary e o pessoal dela haviam sido "extremamente descuidados" ao lidar com informações confidenciais, mas apesar disso, não havia base para indiciamentos.

A campanha de Hillary e os seus apoiadores atacaram furiosamente Comey por divulgar informações que levantam dúvidas, mas sem fornecer nenhum detalhe, tão perto do dia do pleito.

Alguns líderes partidários dizem que a agência está escondendo informações prejudiciais da campanha de Trump.

A Casa Branca evitou nesta segunda-feira criticar diretamente Comey, que foi indicado pelo presidente Barack Obama, um democrata, em 2013.

Obama vê o chefe do FBI como um homem de integridade e não acredita que ele está secretamente tentando influenciar o resultado da eleição, disse Josh Earnest, porta-voz da Casa Branca, à imprensa.

Contudo, ele acrescentou que Obama acredita que, em relação ao FBI, é importante seguir normas e tradições sobre a divulgação de informações.

Hillary fez campanha em Ohio nesta segunda-feira e tentou ir além da polêmica, dizendo aos simpatizantes para se manterem focados em ganhar as eleições.

"Não há nenhum caso aqui", disse ela em comício numa universidade. Mais cedo, ela afirmou num café em Cleveland que o tema dos emails é "muito barulho, muita distração. Jogando coisas em mim. E nós temos apenas que manter as pessoas seguindo, se movendo e votando".

"Informação explosiva"

O senador Harry Reid, líder dos democratas no Senado, acusou Comey no domingo de ter "dois pesos e duas medidas para o tratamento de informação sensível, com o que pareceu ser uma intenção clara de ajudar um partido político em detrimento do outro".

Ele declarou, sem mostrar evidências, que o FBI mantinha escondida "informação explosiva" sobre laços entre a campanha de Trump e autoridades russas.

O deputado democrata Elijah Cummings fez a mesma acusação na segunda-feira, insistindo para que o FBI divulgasse informações sobre relações de Trump e seus assessores com a Rússia.

Uma porta-voz do FBI afirmou no fim do domingo: "Quando recebermos a carta isso será tratado por intermédio do nosso processo costumeiro de resposta a membros do Congresso", se referindo à acusação de Reid.

O governo dos EUA tem acusado a Rússia de uma campanha de ciberataques contra o Partido Democrata que levou à divulgação de milhares de emails obtidos ilegalmente.

O Kremlin nega a acusação. Trump não quis implicar a Rússia em irregularidades.

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