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Trump lança ofensiva contra políticas de diversidade e inclusão

Presidente dos EUA assina decreto contra políticas de diversidade, gerando polêmica e reações de grupos civis

Donald Trump: ofensiva contra as políticas de diversidade e inclusão nos EUA (AFP)

Donald Trump: ofensiva contra as políticas de diversidade e inclusão nos EUA (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 28 de janeiro de 2025 às 16h27.

Última atualização em 28 de janeiro de 2025 às 16h42.

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Conceitos como “diversidade, equidade e inclusão” (IED), profundamente enraizados nos Estados Unidos, foram questionados sob o impulso do presidente Donald Trump, que declarou guerra a eles como políticas “discriminatórias”.

As chamadas políticas de IED, um legado do movimento pelos direitos civis da década de 1960, têm o objetivo declarado de promover a igualdade de oportunidades levando em conta diferentes critérios, especialmente no processo de recrutamento. Esses critérios incluem etnia, gênero, deficiência ou orientação sexual.

Nos últimos anos, o acrônimo IED tornou-se um alvo da direita americana. Para críticos, essas políticas incentivam a discriminação ao priorizar cotas em detrimento do mérito. “IED é apenas outra palavra para racismo”, desabafou Elon Musk no ano passado, antes de apoiar Trump e partidos europeus de extrema direita.

Medidas de Trump contra o IED

Ao retornar à Casa Branca, o presidente republicano assinou uma ordem executiva declarando ilegais os programas e políticas do IED dentro do Estado federal. Todos os funcionários ligados a esses programas foram colocados em licença administrativa antes de serem demitidos “dentro de 60 dias”.

Uma circular foi enviada a diversos ministérios para denunciar qualquer tentativa de ocultar programas de inclusão. Um decreto histórico de 1965, que proibia discriminação no emprego em empresas contratadas pelo governo federal, também foi revogado.

“As instruções do presidente Trump são claras: não há mais IEDs no Departamento de Defesa”, afirmou Pete Hegseth, chefe do Pentágono, em publicação no X (antigo Twitter) no domingo.

Impactos e reações às medidas

As ações de Trump geraram elogios de figuras conservadoras, como Mike Gonzalez, da Heritage Foundation, que destacou o “desmantelamento sistemático” das políticas de IED. Ele ressaltou que acabar com essas medidas foi uma promessa de campanha do ex-presidente e um desejo dos eleitores republicanos.

No entanto, defensores das políticas de diversidade criticaram duramente a iniciativa. O grupo de direitos civis ACLU acusou Trump de usar táticas para “semear confusão” e intimidar empregadores públicos e privados. Segundo a organização, as ordens executivas utilizam “termos vagos e ameaçadores” para forçar empresas a abandonar seus programas de inclusão.

“Táticas de medo” e o impacto corporativo

Para Becky Pringle, presidente da Associação Nacional de Educação, as políticas do IED tornaram-se “o mais recente espantalho dos políticos de extrema direita”. Ela alertou que os ataques podem desestimular a adoção de programas de inclusão na educação e em outras áreas.

Além disso, empresas privadas como Meta, Amazon, Target, Walmart e McDonald's anunciaram mudanças ou encerramento de iniciativas de diversidade. “O cenário jurídico e político em torno dos esforços de diversidade, equidade e inclusão nos Estados Unidos está mudando”, explicou a Meta em memorando interno.

Mark Zuckerberg, fundador da Meta, foi visto nos primeiros dias do governo Trump em sua posse, marcando sua posição sobre o tema.

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