Em um comunicado, o governo americano afirmou que o aumento da tarifa era motivado pelo “roubo de propriedade intelectual e tecnológico e outras práticas comerciais injustas” da China (Jonathan Ernst/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2018 às 18h27.
Última atualização em 16 de junho de 2018 às 10h51.
A guerra comercial entre Estados Unidos e China ganhou um novo capítulo, nesta sexta-feira. Logo pela manhã, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que iria impor tarifas de 25% a importações chinesas, no valor de 50 bilhões de dólares.
Em um comunicado, o governo americano afirmou que o aumento da tarifa era motivado pelo “roubo de propriedade intelectual e tecnológico e outras práticas comerciais injustas” da China.
As tarifas, segundo a Casa Branca, seriam “essenciais para prevenir maiores transferências injustas de tecnologia e propriedade intelectual americana para a China, além de proteger empregos nos EUA”. O governo americano anunciou que cerca de 1.300 produtos chineses serão taxados; entre eles estão aparatos de tecnologia de ponta das indústrias aeroespacial e robótica.
A agência de notícias oficial da China foi rápida ao responder à ação de Trump: o país vai impor uma tarifa adicional de 25% sobre 659 produtos dos Estados Unidos, no mesmo valor das imposições americanas.
A lista de 659 produtos dos EUA foi mais longa do que uma lista preliminar de 106 produtos publicada pelo Ministério do Comércio chinês em abril. Serão aplicadas tarifas a automóveis, produtos aquáticos e produtos agrícolas, a partir do dia 6 de julho.
Para o Ministério do Comércio da China, os Estados Unidos violaram uma resolução da Organização Mundial do Comércio, e ameaçam os interesses e a segurança econômica da China. Trump já previa retaliação chinesa, e afirmou tomaria mais medidas caso o país revidasse. O toma-lá-dá-cá em que todos saem perdendo deve continuar.
Trump revelou em março seus planos de impor tarifas à China para conter parte do déficit comercial de 200 bilhões de dólares com o país . Essas tarifas se somariam às já impostas por Trump em nível mundial às importações de aço (25%) e alumínio (10%). A adoção das tarifas abriu um fosso diplomático entre Trump e seus aliados do G7, o grupo de sete países mais ricos do mundo, no fim de semana. Agora, o presidente americano se insurge contra os chineses.
Como afirmou a última edição da revista Economist, a sucessão de investidas nacionalistas de Trump, no longo prazo, em vez de colocar a América Primeiro, como ele prega, tende a deixar a América sozinha mesmo.