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Trump estuda acordo para imigração em troca de fundos para muro

Funcionários da Casa Branca estão negociando com o Congresso uma solução "bipartidária" ao tema dos "sonhadores" e do muro

Trump: jornal "The Washington Post" afirmou que presidente está disposto a considerar uma extensão durante dois ou três anos do programa DACA (Denis Balibouse/Reuters)

Trump: jornal "The Washington Post" afirmou que presidente está disposto a considerar uma extensão durante dois ou três anos do programa DACA (Denis Balibouse/Reuters)

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EFE

Publicado em 14 de março de 2018 às 19h05.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está aberto a chegar a um acordo que proporcione uma solução migratória temporária para milhares de jovens imigrantes ilegais conhecidos como "sonhadores" em troca de fundos para construir o muro na fronteira com o México, disse nesta quarta-feira à Agência Efe uma fonte da Casa Branca.

Funcionários da Casa Branca estão negociando com o Congresso uma solução "bipartidária" ao tema dos "sonhadores" e do muro, que poderia ser aderida a uma lei orçamentária que os legisladores devem aprovar antes de 23 de março.

"O presidente está buscando uma solução permanente (para os 'sonhadores'), mas está disposto a negociar um acordo que possa nos levar a um primeiro passo", afirmou à Efe a fonte da Casa Branca, que pediu o anonimato.

"O importante é poder chegar a um acordo que dê uma certa estabilidade, tanto para o DACA como para o muro", acrescentou.

A fonte não concretizou em que consistiria essa solução, que ainda está sendo negociada, mas o jornal "The Washington Post" afirmou que Trump está disposto a considerar uma extensão durante dois ou três anos do programa DACA, que protege os "sonhadores" da deportação, em troca de uma quantia não especificada de fundos para o muro.

Esse esquema deixaria de lado dois pontos que até agora Trump exigia: cancelar a "loteria de vistos para a diversidade", que atribui 50.000 permissões de trabalho nos EUA por ano; e impor impedimentos à reunificação familiar dos imigrantes legais no país.

Esses dois pontos foram os que mais resistência geraram entre os democratas em fevereiro, quando o Congresso e a Casa Branca tentaram sem sucesso chegar a um acordo para substituir o Programa de Ação Diferida para os Chegados na Infância (DACA), impulsionado em 2012 pelo ex-presidente Barack Obama.

Trump ofereceu então uma via à cidadania para 1,8 milhão de jovens imigrantes ilegais - mais que os 690.000 "sonhadores" protegidos da deportação pelo DACA - em troca das citadas reformas à imigração legal e de US$ 25 bilhões em uma década para erguer o muro com o México e reforçar a fronteira.

A fonte consultada pela Efe confirmou hoje que a Casa Branca está disposta a limitar a negociação ao tema do DACA e do muro, e estacionar as reivindicações de Trump sobre a imigração legal.

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