Trump nomeia Howard Lutnick, crítico da China, como secretário de Comércio (AFP)
Agência de notícias
Publicado em 19 de novembro de 2024 às 19h22.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira, 19, a nomeação de Howard Lutnick, presidente do banco de investimento Cantor Fitzgerald, como futuro secretário de Comércio. Lutnick é conhecido por suas críticas contundentes à China, posicionamento alinhado às promessas protecionistas de Trump durante a campanha eleitoral.
A escolha surpreende parcialmente, já que Lutnick era apontado como um dos favoritos ao cargo de secretário do Tesouro. No entanto, ele assumirá uma pasta estratégica, responsável por implementar as tarifas de importação, ponto central da agenda econômica do novo governo.
Em comunicado, Trump destacou que Lutnick terá uma "responsabilidade direta adicional sobre o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos" e liderará políticas comerciais e aduaneiras. Durante a campanha, o republicano ameaçou impor tarifas que poderiam ultrapassar dois dígitos, com foco nos produtos chineses e mexicanos.
“Eu diria que o México é um tremendo desafio para nós”, afirmou Trump antes das eleições, referindo-se às fábricas de automóveis construídas por empresas chinesas naquele país.
Lutnick, de 63 anos, defende a imposição de tarifas de 10% a 20% sobre todos os produtos importados, e de até 100% sobre aqueles vindos da China. Ele também critica a dependência americana de insumos asiáticos, especialmente no setor de semicondutores, e expressou preocupação com a perda de empregos na indústria americana.
Recentemente, ele também ligou a China à propagação do fentanil nos Estados Unidos, responsabilizando o país pela venda de substâncias utilizadas na fabricação do opiáceo sintético, relacionado a milhares de mortes anuais por overdose.
Ao assumir o Departamento de Comércio, Lutnick terá um papel crucial na promoção da indústria americana e no fortalecimento da política de semicondutores, alinhando-se à meta de reduzir a dependência dos Estados Unidos em relação à Ásia.