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Trump e Putin tratarão de renovação de tratado nuclear em cúpula

No entanto, não está claro se Trump dará sinal verde a renovação do tratado, uma vez que, já disse que esse era um dos acordos ruins negociados por Obama

Trump e Putin: líderes farão cúpula do próximo dia 16 de julho em Helsinque (Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin/Reuters)

Trump e Putin: líderes farão cúpula do próximo dia 16 de julho em Helsinque (Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin/Reuters)

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EFE

Publicado em 5 de julho de 2018 às 18h09.

Última atualização em 5 de julho de 2018 às 18h10.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu homólogo da Rússia, Vladimir Putin, provavelmente falarão em sua cúpula do próximo dia 16 de julho em Helsinque sobre a possibilidade de renovar durante mais cinco anos o tratado Novo Start de redução de armas nucleares, que expira em fevereiro de 2021.

O controle de armas estratégicas será um dos temas centrais da primeira cúpula bilateral entre Trump e Putin, segundo garantiu nesta quinta-feira um funcionário de alto escalão dos EUA, que pediu anonimato.

"Isso incluirá provavelmente uma conversa sobre o Novo Start, e provavelmente, dado que a data limite de fevereiro de 2021 está na virada da esquina, teremos que tomar uma decisão sobre se será renovado durante outros cinco anos", afirmou o funcionário em entrevista coletiva por telefone.

Esse tratado, assinado em 2010 entre Barack Obama e Dmitri Medvedev, então presidentes de EUA e Rússia, respectivamente, buscava limitar o arsenal nuclear das duas potências de forma paritária e, embora tivesse uma vigência de dez anos, é possível prolongá-lo de mútuo acordo por um máximo de mais cinco.

O funcionário ressaltou que ambos países "cumpriram o objetivo" estabelecido no tratado, que limitava a um máximo de 1.550 o número de ogivas nucleares estratégicas para cada um dos dois signatários, o que representa uma conquista "muito importante".

No entanto, não está claro se Trump dará seu sinal verde a uma renovação do tratado, uma vez que, durante uma conversa telefônica com Putin em fevereiro de 2017, o presidente americano comentou que esse era um dos acordos ruins negociados por Obama, segundo apurou a imprensa americana.

O novo assessor de segurança nacional de Trump, John Bolton, também foi muito crítico com o acordo nos últimos anos e, em 2010, publicou um artigo no qual qualificava o tratado de "erro" que levaria ao "desarmamento unilateral" dos EUA.

Na conversa sobre controle de armas é possível que se aborde também a preocupação de Washington com o respeito de Moscou ao tratado de eliminação de mísseis nucleares de médio e curto alcance (INF), que data de 1987.

"Há provas de que a Rússia está violando o tratado INF e queremos que se responsabilizem por isso", destacou o funcionário.

Por sua vez, o embaixador americano na Rússia, Jon Huntsman, confirmou hoje que Trump planeja falar com Putin das "atividades perniciosas" da Rússia na Europa, além de sobre sua suposta ingerência nas eleições presidenciais dos EUA em 2016.

"O presidente acredita que melhorar a relação com a Rússia seria bom tanto para os Estados Unidos como para a Rússia, mas a bola realmente está no campo da Rússia, e o presidente seguirá fazendo com que a Rússia preste contas pelas suas atividades perniciosas", disse Huntsman na mesma entrevista coletiva telefônica.

Perguntado por que Trump foi muito menos contundente que seus assessores na hora de condenar a suposta ingerência eleitoral de Moscou, o funcionário que pediu anonimato respondeu que o presidente "falou disso à sua maneira".

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