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Trump e Putin conversam sobre transição pacífica na Venezuela

De acordo com a porta-voz americana, Trump tenta garantir com Putin a entrada de alimentos e ajuda humanitária na Venezuela

EUA-Rússia: os presidentes também falaram sobre a Ucrânia e a Coreia do Norte (Mikhail Svetlov/Getty Images)

EUA-Rússia: os presidentes também falaram sobre a Ucrânia e a Coreia do Norte (Mikhail Svetlov/Getty Images)

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EFE

Publicado em 3 de maio de 2019 às 15h56.

Última atualização em 3 de maio de 2019 às 16h27.

Washington/Moscou — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou nesta sexta-feira durante mais de uma hora por telefone com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre a situação na Venezuela, além de Ucrânia, Coreia do Norte e de um possível novo acordo nuclear que incluiria a China.

Trump afirmou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não quer intervir na Venezuela e que ambos têm o desejo de encontrar uma "solução positiva" para a crise no país sul-americano.

A conversa foi revelada pelos porta-vozes da Casa Branca, Sarah Sanders, e do Kremlin, Dimitri Peskov. Por enquanto, apenas o governo americano divulgou detalhes sobre o conteúdo do diálogo entre os dois presidentes. A Rússia não deu mais informações.

Sanders afirmou que Trump reiterou a Putin a necessidade de uma "transição pacífica" na Venezuela, que vive grave crise desde o levante iniciado pelo líder da oposição, Juan Guaidó.

Perguntada sobre a situação da Venezuela e as ações da Rússia no país, a porta-voz da Casa Branca evitou fazer críticas diretas ao Kremlin, mas deixou claro que todas as opções estão sendo consideradas pelo governo americano para resolver a crise.

Segundo Sanders, Trump deixou claro a Putin que os EUA estão do lado do povo da Venezuela e usou a conversa para tentar garantir que alimentos e a ajuda que a população precisa cheguem ao país.

A ligação ocorreu enquanto o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, visitavam o Pentágono para estudar possíveis opções militares para solucionar a crise da Venezuela.

Bolton e Pompeo foram duas das vozes mais críticas às ações da Rússia para apoiar Maduro e desde terça-feira vêm responsabilizando diretamente o Kremlin pela manuteção do líder chavista no poder.

Pompeo, inclusive, acusou a Rússia de convencer Maduro a não deixar a Venezuela após o levante iniciado pelo presidente do parlamento da Venezuela, Juan Guaidó. O Kremlin nega.

O caso foi discutido por Pompeo e pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em conversa por telefone.

O secretário de Estado dos EUA disse que a intervenção do Kremlin é ruim para a Venezuela e para a relação entre americanos e russos. O chanceler russo, por outro lado, respondeu que a ingerência da Casa Branca em Caracas viola o direito internacional.

Acordo Nuclear

Donald Trump e Vladimir Putin também debatem um possível acordo nuclear que poderá incluir a China.

"Estamos falando sobre um acordo nuclear onde fazemos menos e eles fazem menos e até talvez nos livremos de parte do tremendo poder de fogo que temos agora", disse Trump a repórteres.

"Nós discutimos a possibilidade de um acordo de três partes, em vez de um acordo de duas partes", afirmou Trump. "E a China, já falei com eles. Eles gostariam muito de fazer parte desse acordo".

A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse aos repórteres que Trump e Putin falaram sobre a possibilidade de um novo acordo nuclear multilateral entre EUA, Rússia e China, ou uma renovação do atual tratado nuclear estratégico entre Washington e Moscou. Ela a classificou como uma "conversa positiva no geral".

Relatório Mueller

Os dois, que haviam conversado informalmente pela última vez em um jantar de líderes mundiais em Buenos Aires no dia 1º de dezembro, falaram brevemente sobre relatório Mueller, que concluiu que Trump não conspirou com a Rússia durante sua campanha presidencial em 2016.

O debate sobre o inquérito Mueller foi "essencialmente no contexto de que ele está encerrado e de que não houve conluio, algo que estou bem certa de que os dois líderes estavam bem cientes muito antes de esta ligação acontecer", disse Sarah.

O Kremlin confirmou que os dois conversaram, ressaltando em seu comunicado que a ligação partiu de Washington, e que os dois líderes concordaram em manter contato em níveis diferentes e expressaram satisfação com a "natureza prática e construtiva" da conversa.

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