Donald Trump e Joe Biden, durante debate na CNN (Justin Sullivan/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 27 de junho de 2024 às 23h09.
Última atualização em 27 de junho de 2024 às 23h30.
O primeiro debate entre Joe Biden e Donald Trump nas eleições de 2024 foi marcado por trocas duras de acusações entre os dois candidatos.
Biden chamou Trump de "réu condenado" e o acusou de fazer sexo com uma atriz pornô enquanto sua mulher estava grávida, algo negado pelo republicano.
Questionado sobre sua condenação, por fraude fiscal envolvendo pagamento de suborno, Trump atacou Hunter Biden, filho do presidente, e disse que o próprio mandatário poderá ser condenado após deixar o cargo. "Este homem é um criminoso", disse.
O debate é organizado pela CNN e está sendo retransmitido pela CNN Brasil. Assista abaixo.
A primeira questão do programa, feita pelo apresentador Jake Tapper, foi sobre a situação da economia e a alta da inflação. Biden foi o primeiro a responder. Começou falando rápido e culpou o adversário por ter deixado o país em situação ruim, por ter lidado mal com a pandemia. Em seguida, disse que tomou medidas para reduzir o custo de vida.
Na sua primeira fala, Trump disse ter criado "a maior economia do mundo" antes da Covid, e que a inflação atual está matando o país. Ele também atacou as medidas para obrigar a vacinação contra a Covid, tomadas pelo governo Biden, em mais de uma ocasião.
No debate, a CNN mostrou os dois candidatos ao mesmo tempo na tela. Enquanto Trump falava, Biden diversas vezes olhou para baixo ou fez expressões de surpresa ou desânimo. O democrata também tossiu algumas vezes no começo do programa, estava um pouco rouco e teve engasgos em algumas respostas. Trump buscou fazer caras irônicas enquanto Biden respondia, em várias ocasiões.
O debate não teve checagem de fatos em tempo real na transmissão. O site do The New York Times apontou que várias das falas de Trump e Biden foram imprecisas ou mentirosas.
Sobre aborto, segundo tema da noite, Trump disse que não tomaria medidas para conter o acesso a pílulas abortivas. Disse defender o aborto em alguns casos, como em estupros e riscos à saúde da mãe, mas elogiou a decisão da Suprema Corte de revogar o direito ao aborto no país, tomada em 2022, e deixar a decisão para cada estado.
Biden defendeu o direito ao aborto e prometeu retomar as regras anteriores no país. Trump provocou o rival, se ele concordaria com um aborto aos nove meses de gravidez. Biden respondeu ser contra isso, exceto em casos de risco à vida da mulher.
Trump buscou insistir várias vezes na questão da imigração, incluindo o tema até na resposta sobre aborto.. Ele acusou Biden de abrir as fronteiras a criminosos. No entanto, não há dados que comprovem uma alta de criminalidade gerada pelo aumento da imigração.
O republicano disse ainda que imigrantes ficam em hotéis de luxo enquanto militares veteranos estavam em dificuldades. O tema fez Biden se exaltar. O presidente disse que cuida dos veteranos e acusou Trump de chamar os militares aposentados de 'idiotas', algo que o republicano negou.
Perguntado sobre a invasão do Congresso em 6 de janeiro, Trump buscou mudar de assunto e disse que o país estava melhor naquele momento do que agora.
O apresentador Jake Tapper repetiu a pergunta, e Trump disse que não foi responsável pela invasão. Ele disse que pediu aos seus apoiadores que atuassem de modo "pacífico e patriota", que teria oferecido reforço na segurança com a Guarda Nacional e que Nancy Pelosi, então presidente da Câmara, teria dispensado a ajuda.
Na réplica, Biden lembrou que Trump levou três horas para se pronunciar e pedir aos invasores que parassem. Em seguida, Trump disse que processos contra ativistas envolvidos na invasão "destruíram vidas".
Sobre o cenário internacional, Trump disse que a Ucrânia nem a Faixa de Gaza seriam invadidas se ele fosse presidente, e prometeu encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia se vencer. Biden respondeu que Vladimir Putin não irá parar se tiver uma vitória na Ucrânia e poderá tentar invadir outros países, como a Polônia.