Irã: tensão entre o país e os Estados Unidos tem aumentado nos últimos dias após ataque norte-americano que matou general iraniano (Hossein Mersadi/Fars news agency/WANA/Reuters)
EFE
Publicado em 5 de janeiro de 2020 às 09h49.
Washington, 4 jan. (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste sábado que possui uma lista de 52 alvos do Irã para responder uma eventual vingança do país ao ataque que matou o poderoso general Qasem Soleimani.
"Que isso sirva de alerta que se o Irã atacar qualquer cidadão ou ativo americano temos identificados 52 alvos iranianos (que representam os 52 americanos feitos reféns pelos americanos há muitos anos), alguns deles de muito alto nível e importantes para o Irã e para a cultura iraniana", escreveu Trump no Twitter.
"(...) Esses alvos, e o próprio Irã, serão atingidos muito rápido e com muita força. Os Estados Unidos não querem mais ameaças!", completou o presidente americano na rede social.
O número citado por Trump corresponde aos 52 funcionários da embaixada dos Estados Unidos em Teerã que foram feitos reféns durante a invasão de 1979, ano em que o Irã viveu uma revolução para se tornar uma república islâmica e que também marca o rompimento das relações diplomáticas entre os dois países.
Trump disse que o Irã "está falando com muita ousadia" sobre atacar alvos americanos como resposta à morte de Soleimani, comandante da Força Quds, a divisão de elite da Guarda Revolucionária do país, e principal arquiteto da política iraniana no Oriente Médio.
Ontem, ao comentar pela primeira vez o ataque que matou Soleimani, Trump afirmou que ordenou a morte do general iraniano, considerado um herói no Irã, para "parar uma guerra, não começar uma".
A Casa Branca argumentou que o motivo para matar Soleimani era impedir um "ataque iminente" que colocaria em perigo a vida de militares e diplomatas americanos no Oriente Médio, mas não apresentou provas que sustentassem a acusação. Estima-se que 70 mil soldados dos EUA estão em bases do país na região.
Na série de tweets, Trump voltou a responsabilizar Soleimani de ser responsável pelo ataque que matou um empreiteiro americano no Iraque no último dia 27 e também disse que o general iraniano orquestrou a invasão da embaixada dos EUA em Bagdá.
O Irã prometeu se vingar da morte de Soleimani. Em resposta, os EUA começaram a enviar neste sábado mais 3 mil soldados ao Oriente Médio.