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Trump diz ter falado com Putin sobre guerra na Ucrânia: ‘Ele quer ver as pessoas pararem de morrer’

Porta-voz da Presidência russa não confirmou e nem negou a conversa, indicando apenas que Washington e Moscou se comunicam ‘por diferentes canais’

Agência o Globo
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Publicado em 9 de fevereiro de 2025 às 08h27.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2025 às 08h28.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse ter conversado sobre a guerra na Ucrânia com seu homólogo russo, Vladimir Putin, por telefone.

A declaração foi feita em uma entrevista ao New York Post publicada no sábado, 8. Não ficou claro quando os dois líderes conversaram, tampouco se o telefonema foi feito desde que o republicano assumiu pela segunda vez a Presidência. Neste domingo, 9, o Kremlin se recusou a confirmar ou negar as declarações do americano.

Durante a entrevista, que ocorreu enquanto ele viajava a bordo do Air Force One para a Flórida na sexta-feira, Donald Trump disse que era “melhor não dizer” quantas vezes conversou com Vladimir Putin, mas destacou que mantém um “bom relacionamento” com ele. Apesar disso, o republicano — que já havia prometido encerrar o conflito em até 24 horas após assumir o cargo — expressou esperança de que a guerra termine “rápido”.

“Ele (Putin) quer ver as pessoas pararem de morrer. Espero que seja rápido. Todos os dias, pessoas estão morrendo. A guerra na Ucrânia é terrível. Quero acabar com essa coisa maldita”, disse Trump ao jornal, acrescentando que instruiu seu assessor de segurança nacional, Mike Waltz, a “fazer essas reuniões acontecerem”. “Eles querem se reunir. Todos os dias, pessoas estão morrendo. Jovens e belos soldados estão sendo mortos. Jovens, como meus filhos. De ambos os lados.”

O que diz o Kremlin sobre as negociações?

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse à rede americana CNN que não pode “nem negar e nem confirmar a notícia”.

Ele afirmou que Washington e Moscou se comunicam “por diferentes canais” à medida que o governo Trump “ganha atividade”, de modo que “pode haver algo” que ele não saiba. Peskov já havia negado relatos de conversas entre Trump e Putin antes do retorno do republicano ao cargo, em janeiro.

Na sexta-feira, Trump disse a repórteres que “provavelmente” se reuniria com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na próxima semana, sugerindo que também planejava conversar com Putin. Zelensky deve liderar a delegação ucraniana na Conferência de Segurança de Munique, que terá presença do vice-presidente dos EUA, JD Vance, e do enviado especial para Ucrânia e Rússia, Keith Kellogg, mas não de Trump.

Trump quer acesso a terras raras da Ucrânia

No início da semana passada, Trump também disse que deseja garantir acesso ao suprimento ucraniano de “terras raras” em troca da continuidade da assistência dos Estados Unidos ao país. Citadas pelo americano, as terras raras são um grupo de elementos considerados cruciais em indústrias como a aeroespacial e, no que parece interessar Trump, de alta tecnologia. A Ucrânia era uma das principais exportadoras europeias antes da guerra.

“Quero ter segurança para obter terras raras. Estamos investindo centenas de bilhões de dólares. Eles têm ótimas terras raras. E eu quero segurança para obter terras raras, e eles estão dispostos a fazer isso”, disse Trump a jornalistas na Casa Branca. “Estamos procurando fazer um acordo com a Ucrânia, onde eles vão garantir o que estamos dando a eles com suas terras raras e outras coisas.”

Trump não deu detalhes sobre como seria o suposto acordo, mas externou nas rápidas declarações sua insatisfação com o envio da ajuda militar a Kiev, iniciado pouco depois da invasão russa, há quase três anos. De acordo com o Conselho de Relações Internacionais, dos US$ 175 bilhões (R$ 1,01 trilhão) de ajuda autorizados pelo Congresso americano até setembro do ano passado, US$ 106 bilhões (R$ 615 bilhões) beneficiaram diretamente o Estado ucraniano.

Contatos entre EUA e Rússia se intensificam

Na quinta-feira, o Kremlin confirmou, pela primeira vez, que os contatos com os Estados Unidos para discutir a guerra ocorreram e se intensificaram recentemente. A confirmação foi o primeiro sinal concreto de progresso nas negociações após meses de incerteza sobre a capacidade de Trump de cumprir suas promessas.

(Com Bloomberg e AFP)

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