Merkel reage a Trump alegando que eles tem "algo em comum", dia 17/03/2017 (Jonathan Ernst/Reuters)
EFE
Publicado em 17 de março de 2017 às 16h13.
Última atualização em 18 de março de 2017 às 07h51.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que tem "algo em comum" com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel: ambos, segundo ele, foram espionados por ordem de seu antecessor, Barack Obama.
"Sobre as escutas telefônicas do governo anterior, pelo menos temos algo em comum, talvez", declarou Trump durante sua entrevista coletiva conjunta com Merkel.
O comentário de Trump é uma referência à revelação em 2013 que um telefone celular de Merkel foi grampeado pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) entre 2002 e 2012, um período que inclui parte do manto de George W. Bush e parte do de Obama.
Essa revelação irritou extremamente o governo alemão, que chegou a ameaçar os EUA com a expulsão de diplomatas e mais tarde tentou, sem sucesso, convencer Washington a assinar um tratado de não espionagem mútuo.
A chanceler alemã escutou em silêncio a afirmação de Trump, que gerou gestos de surpresa e risos entre os jornalistas presentes, e evitou reagir a respeito.
O presidente americano se pronunciou assim em resposta a uma pergunta sobre sua acusação de que Obama ordenou escutas telefônicas na Trump Tower de Nova York no ano passado, algo que o ex-presidente nega e sobre o que Trump não apresentou provas.
A Casa Branca assegurou nesta quinta-feira que Trump "mantém" sua alegação sobre a suposta espionagem de Obama, apesar de os líderes dos Comitês de Inteligência em ambas câmaras do Congresso americano terem destacado que "não há indícios" sobre ditas escutas.
A Comissão de Inteligência da Câmara dos Representantes é a encarregada de investigar a suposta ingerência do governo russo nas eleições presidenciais de novembro, investigação na qual Trump solicitou que também sejam incluídas as supostas práticas de escuta ilegal que, segundo ele, foi realizada pelo Executivo de Obama.