Mais de 2 mil crianças já foram separada de seus pais desde o início de maio (Jonathan Ernst/Reuters)
EFE
Publicado em 20 de junho de 2018 às 13h18.
Última atualização em 20 de junho de 2018 às 14h16.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que assinará em breve uma medida sobre o problema da separação de crianças dos pais que tentam entrar ilegalmente no país pela fronteira com o México, o que gerou várias críticas em todo o mundo.
"Queremos manter as famílias juntas", disse Trump em um encontro com membros do Congresso na Casa Branca.
"Assinarei algo em um momento que vai fazer isso", acrescentou.
O presidente afirmou que a medida será "preventiva até certo ponto" e previu que o Congresso acabará aprovando uma "legislação" sobre o tema.
Pelo menos 2.342 crianças imigrantes foram separadas de seus pais entre 5 de maio e 9 de junho, segundo dados oficiais.
A rede de televisão "Fox News" informou hoje que Trump está preparando uma ordem que permitiria que as crianças encontrassem com seus pais em centros de detenção durante um prazo de tempo prolongado.
Isso poderia transgredir um acordo, conhecido como "Flores", do governo dos EUA com duas organizações humanitárias em 1997 que estabelece que os menores detidos na fronteira só podem ser privados de liberdade durante 20 dias.
O governo do ex-presidente Barack Obama (2009-2017) descumpriu esse acordo quando em 2014 aconteceu uma chegada em massa de menores de idade procedentes da América Central.
Nesse contexto, em 2016, um juiz federal decidiu contra as políticas colocadas em prática pelo Executivo de Obama e estabeleceu que o limite de 20 dias de detenção também deveria ser aplicado às crianças que viajavam acompanhadas de seus pais, ou seja, famílias com menores.
As separações de famílias na fronteira são consequência da política de "tolerância zero" iniciada em abril pelo governo de Trump, que acusa criminalmente qualquer adulto que cruza irregularmente a fronteira com o México e o separa das crianças com as quais viaja.
Trump também anunciou que decidiu adiar o piquenique que tinha previsto realizar nesta quinta-feira na Casa Branca com membros do Congresso, ao afirmar que "não parecia correto" realizá-lo, possivelmente devido à má imagem pública que esse banquete poderia deixar, dada a situação na fronteira.