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Trump diz que investigar vínculos com Rússia é "caça às bruxas"

Presidente também acusou os democratas e os meios de comunicação de serem os responsáveis por promover essa investigação

Donald Trump: "Mike Flynn deve pedir imunidade porque isto é uma caça às bruxas" (Kevin Lamarque/Reuters)

Donald Trump: "Mike Flynn deve pedir imunidade porque isto é uma caça às bruxas" (Kevin Lamarque/Reuters)

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EFE

Publicado em 31 de março de 2017 às 11h06.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, qualificou nesta sexta-feira as investigações no Congresso sobre a interferência da Rússia nas eleições presidenciais e seus supostos vínculos com o Kremlin de "caça às bruxas".

"Mike Flynn deve pedir imunidade porque isto é uma caça às bruxas", escreveu Trump nesta sexta-feira no Twitter em relação às informações de que o ex-conselheiro de Segurança Nacional pediu imunidade para testemunhar perante os comitês do Congresso que analisam o assunto.

Trump também acusou em sua mensagem os democratas e os meios de comunicação de serem os responsáveis por promover essa "caça às bruxas", que, segundo ele, é "de proporções históricas".

Vários veículos de imprensa informaram que Michael Flynn, um general reformado que foi forçado a renunciar precisamente por esconder informações sobre seus contatos com a Embaixada russa, se ofereceu para testemunhar ao FBI, a polícia federal investigativa dos EUA, e aos comitês de Inteligência da Câmara dos Representantes e do Senado que investigam o caso em troca de imunidade.

Flynn tinha assumido como conselheiro de Segurança Nacional no governo quando Trump chegou à Casa Branca, em 20 de janeiro, mas acabou renunciando ao cargo em 13 de fevereiro por ocultar seus contatos com representantes do Kremlin.

Segundo os veículos de imprensa que repercutiram essa oferta, que não foi confirmada pelo próprio Flynn, o ex-conselheiro de Segurança Nacional deseja assim evitar ser envolvido em uma possível perseguição judicial contra si.

De acordo com a imprensa americana, Flynn participou de reuniões com o embaixador russo Serguei Kislyak durante a etapa de transição para revisar as sanções impostas à Rússia pelo governo de Barack Obama em resposta às interferências do Kremlin na campanha eleitoral vencida por Trump.

Os comitês de Inteligência do Senado e da Câmara dos Representantes, assim como o FBI, averiguam a intromissão russa para influenciar no resultado das eleições em favor da candidatura de Trump e os contatos mantidos entre ambas as partes.

Os líderes do Comitê de Inteligência do Senado, o democrata Mark Warner e o republicano Richard Burr, asseguraram ontem que receberam informação de que Rússia teria contratado até mil "trolls" (arruaceiros da internet) para divulgar notícias falsas sobre Hillary Clinton, a rival democrata de Trump.

A investigação sobre a suposta coordenação da equipe de Trump com os russos para prejudicar a candidatura de Hillary Clinton já está afetando o círculo mais próximo ao governante, após o acordo alcançado por seu genro e conselheiro, Jared Kushner, de testemunhar voluntariamente no Senado sobre seus contatos com representantes do Kremlin.

O fato de que Kushner testemunhará "voluntariamente" no caso pode permitir que ele não tenha que prestar juramento previamente.

Apesar dessas investigações, cresce cada vez mais o número de pessoas que pedem a criação de uma comissão independente para analisar o tema.

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