Trump: presidente norte-americano esteve na fronteira com o México (Kevin Lamarque/Reuters)
EFE
Publicado em 5 de abril de 2019 às 20h22.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que o país está "lotado" e não pode aceitar mais solicitantes de asilo.
Durante uma visita à fronteira com o México, Trump condenou o "aumento colossal" no número de imigrantes ilegais que chegam à região e disse que não pode permitir que isso ocorra.
"O sistema (migratório) está lotado, não podemos aceitá-los, seja por asilo, seja por que querem. Não podemos aceitá-los, peço desculpas, mas deem meia-volta", afirmou.
"Quando está lotado, está lotado. Não podemos aceitá-los. Que voltem para o México, e o México os devolverá a seus países", completou o presidente americano, se referindo aos imigrantes.
Trump parecia fazer referência a um programa que o governo americano começou a implementar neste ano, batizado como "Protocolo de Proteção de Migrantes". O projeto prevê que os agentes que atuam na fronteira exijam que os imigrantes centro-americanos que tentam entrar nos EUA esperem no México a análise do pedido de asilo.
No entanto, Trump deu a entender hoje que quer que o México deporte os imigrantes que esperam no território do país a conclusão do procedimento de pedido de asilo nos EUA.
A ideia contradiz as leis internacionais sobre asilo, que impedem devolver o imigrante ao país do qual ele fugiu.
As declarações de Trump na fronteira com o México foram dadas poucas horas depois de o presidente ter pedido ao Congresso para eliminar totalmente o sistema de asilo nos EUA.
"O Congresso tem que atuar (...). É preciso se desfazer de todo o sistema de asilo porque ele não funciona. E francamente, também deveríamos nos desfazer dos juízes. Não podemos ter um caso judicial cada vez que alguém põe os pés em nosso território", disse Trump, de manhã, na jornalistas na Casa Branca.
Segundo a atual legislação americana, os imigrantes ilegais que entram no país e reivindicam asilo têm direito a uma audiência em um tribunal de imigração, desde que sejam aprovados em uma primeira entrevista.
Na ocasião, um funcionário americano avalia se o candidato tem um "medo crível" de perseguição em seu país de origem.