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Trump diz que conclusões de relatório representam sua "total inocência"

Presidente americano disse que as alegações de uma suposta conspiração da sua campanha eleitoral com a Rússia foi "a coisa mais ridícula"

Donald Trump: apesar de o relatório não apontar crime do presidente, ele também não é exonerado de culpa (Mike Theiler/Reuters)

Donald Trump: apesar de o relatório não apontar crime do presidente, ele também não é exonerado de culpa (Mike Theiler/Reuters)

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EFE

Publicado em 25 de março de 2019 às 06h56.

Washington — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo que as conclusões incluídas no relatório final que o procurador especial Robert Mueller entregou ao Departamento de Justiça representam a sua "completa e total inocência".

Em breves declarações aos jornalistas pouco antes de pegar um voo rumo a Washington no Aeroporto Internacional de Palm Beach, no sul da Flórida, Trump disse que as alegações de uma suposta conspiração da sua campanha eleitoral com a Rússia foi "a coisa mais ridícula".

"Depois de uma longa análise, depois de uma longa investigação, depois de tantas pessoas terem sido lastimadas, depois de não olhar para o outro lado, onde ocorreram muitas coisas ruins, acaba de anunciar que não houve conluio com a Rússia", comentou o presidente.

"É uma pena que o nosso país tenha tido que passar por isto. Para ser honesto, é uma pena que o presidente tenha tido que passar por isto. É uma completa e total inocência", frisou, em declarações com as quais rompeu o silêncio que manteve desde a sexta-feira, dia em que foi anunciado o término da investigação, que durou quase dois anos.

A investigação de Mueller não encontrou provas que incriminem Trump, nem por ter conspirado com a Rússia nas eleições de 2016 nem por ter obstruído a justiça, mas deixou aberta a possibilidade desta última acusação.

"A investigação do procurador especial não detectou que a campanha de Trump ou alguma das pessoas relacionadas a ela conspirou ou coordenou com a Rússia esforços para influenciar nas eleições presidenciais dos EUA de 2016", escreveu o procurador-geral dos EUA, William Barr, em carta enviada neste domingo à Câmara dos Representantes e ao Senado.

De acordo com Barr, Mueller indicou que "embora este relatório conclua que o presidente (Trump) não cometeu um crime, tampouco o inocenta". Dessa forma, o documento divulgado neste domingo deixa "sem definir se as ações e a intenção do presidente podem ser vistas como uma obstrução" à Justiça.

Barr argumentou que ele e o procurador-geral adjunto, Rod Rosenstein, concluíram que o material reunido por Mueller "não é suficiente para estabelecer se o presidente cometeu obstrução da justiça".

Por causa desta investigação, 34 pessoas foram acusadas, incluindo seis ex-assessores de Trump (Paul Manafort, Rick Gates, George Papadopoulos, Michael Cohen, Michael Flynn e Roger Stone) e 26 russos que provavelmente não serão julgados porque os Estados Unidos não têm acordo de extradição com a Rússia.

O relatório de Mueller não inclui novas acusações e descarta a possibilidade de Trump ficar sujeito a uma acusação revelada quando deixar a presidência, mas é possível que o conteúdo do documento derive em acusações apresentadas pelas procuradorias de outros estados.

Democratas cobram versão completa do relatório

Os líderes democratas do Congresso dos Estados Unidos insistiram neste domingo que querem ver a versão completa do relatório elaborado pelo procurador especial Robert Mueller.

"O Congresso requer o relatório completo e os documentos subjacentes para que os comitês possam continuar com o seu trabalho independente, incluindo a supervisão e a legislação para abordar qualquer problema que o relatório possa acarretar", disseram os líderes democratas na Câmara de Representantes e no Senado.

Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, e Chuck Schumer, líder da minoria democrata no Senado, consideraram que o resumo de Barr gera a mesma quantidade de perguntas e respostas.

"O fato de o relatório de Mueller não inocentar o presidente de uma acusação tão grave como a obstrução da Justiça mostra o quão urgente é que o relatório completo e a documentação sejam divulgados sem mais demora", argumentaram.

Pelosi e Schumer acusaram Barr de ter um "histórico público de viés" contra a investigação de Mueller, motivo pelo qual disseram que "não é um observador neutro e não está em condições de fazer determinações objetivas sobre o relatório".

No comunicado, Pelosi e Schumer falaram que a reação de Trump "não deve ser recebida com nenhum grau de credibilidade", já que as conclusões de Mueller não o inocentam completamente.

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