Trump: "Os EUA apoiarão uma solução de dois Estados se as duas partes chegarem a um acordo" (Jonathan Ernst/Reuters)
EFE
Publicado em 6 de dezembro de 2017 às 16h38.
Última atualização em 6 de dezembro de 2017 às 17h54.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira que sua decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel não deve ser interpretada como uma falta de compromisso com o processo de paz entre israelenses e palestinos, e prometeu que fará "todo o possível" para ajudar as partes a consegui-lo.
"Os Estados Unidos apoiarão uma solução de dois Estados se as duas partes chegarem a um acordo", declarou Trump em discurso na sala de recepções diplomáticas da Casa Branca.
Essa é a primeira vez que Trump apoia publicamente a chamada solução de dois Estados na região, um israelense e outro palestino, com fronteiras que seriam estabelecidas em negociação.
Trump buscava com essa afirmação suavizar as críticas dos palestinos e da comunidade internacional ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel.
Em fevereiro, no entanto, o presidente americano disse que poderia aceitar a solução de um único Estado se isso interessasse às partes em conflito.
A declaração rompeu um precedente estabelecido por seus três antecessores no cargo e colocou a Casa Branca ao lado da direita nacionalista israelense, que defende que essa fórmula apoiada pela comunidade internacional seja ignorada.
Em relação à decisão sobre Jerusalém, Trump afirmou que o anúncio não pretende, de maneira alguma, refletir um desvio do "contundente compromisso" dos EUA em facilitar um acordo durável de paz.
"Os EUA seguem profundamente comprometidos em ajudar a facilitar um acordo de paz que seja aceitável para ambos os lados. Pretendo fazer tudo que estiver em meu poder para ajudar a conseguir esse acordo, e, sem dúvida, Jerusalém é um dos assuntos mais delicados nessa conversa", afirmou o presidente americano.
"Não estamos adotando nenhuma posição em nenhum assunto sobre o status final (das negociações), incluindo as fronteiras específicas da soberania israelense em Jerusalém ou sobre a resolução das fronteiras disputadas. Essas questões devem ser resolvidas pelas partes envolvidas", completou Trump.
O presidente americano também pediu que o "status quo" nos locais sagrados de Jerusalém sejam mantidos.
Além disso, Trump confirmou que o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, viajará para a região nos próximos dias para "reafirmar o compromisso americano de trabalhar com os aliados no Oriente Médio para derrotar o radicalismo".