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Trump planeja anunciar tarifas recíprocas que podem afetar Brasil, dizem agências

Presidente americano tem usado medida como forma de pressionar outros países

Trump revelou a intenção durante discussões orçamentárias na Casa Branca (Getty Images)

Trump revelou a intenção durante discussões orçamentárias na Casa Branca (Getty Images)

Publicado em 7 de fevereiro de 2025 às 13h46.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2025 às 14h58.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que pretende anunciar tarifas comerciais de importação recíprocas a outros países, segundo duas agências de notícias. Ainda não está claro quais países seriam afetados, mas a medida poderia atingir o Brasil.

De acordo com a Reuters, Trump teria dito na quinta, 6, durante um encontro com congressistas, que poderia anunciar as tarifas nesta sexta. Segundo a Bloomberg, o presidente teria dito nesta sexta, 7, durante encontro com o premiê do Japão, que fará isso na próxima semana. A Casa Branca ainda não se manifestou oficialmente sobre o tema.

A medida seria uma opção para ajudar a financiar a ampliação dos cortes de impostos aprovados em 2017.[/grifar] No entanto, especialistas apontam que a arrecadação com tarifas, que representa cerca de 2% da receita anual dos EUA, não teria impacto significativo no orçamento federal.

O Brasil aplica várias tarifas sobre produtos que importa dos EUA, como o Imposto de Importação, além de IPI e ICMS. Eles possuem alíquotas variáveis, conforme o item.

Os Estados Unidos, no entanto, tiveram um superávit de US$ 253 milhões (R$ 1,3 bilhão) no comércio com o país em 2024. O Brasil exportou US$ 40,330 bilhões e importou US$ 40,583 bilhões no ano passado, o que torna os EUA o segundo maior parceiro comercial do Brasil.

Em 27 de janeiro, Trump havia citado o Brasil como parte de um grupo que “quer mal” aos Estados Unidos. "A China é um grande criador de tarifas. Índia, Brasil, tantos, tantos países. Então, não vamos deixar isso acontecer mais, porque vamos colocar a América em primeiro lugar, sempre colocar a América em primeiro lugar", afirmou.

Guerra comercial

Trump usa as tarifas como forma de pressionar outros países a tomar medidas que ele deseja, como a de reforçar a segurança na fronteira e conter o fluxo de imigrantes.

No último sábado, Trump anunciou tarifas de 25% sobre Canadá e México, que entrariam em vigor em 4 de fevereiro. No entanto, a medida foi adiada por um mês, após negociações. Os dois países concordaram em reforçar a fiscalização na fronteira, uma das prioridades da sua campanha.

Também na terça, entraram em vigor tarifas dos EUA contra a China, de 10% adicionais sobre todos os produtos importados das China aos EUA. Em resposta, Pequim estabeleceu tarifas de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito (GNL), além de 10% sobre petróleo bruto, máquinas agrícolas e carros com motores de grande porte importados dos EUA. As tarifas passarão a valer a partir da próxima segunda-feira.

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